Perdeu mais de 70 mil milhões num ano mas já voltou a ser um dos mais ricos do mundo

CNN , Diksha Madhok
7 jan, 18:00
Presidente do conglomerado indiano Adani Group, Gautam Adani (Indranil Mukherjee/AFP/Getty Images)

Gautam Adani teve um bom início de 2024.

Após um ano difícil, o magnata indiano acaba de recuperar a sua antiga posição de homem mais rico da Ásia, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. O fundador do extenso Grupo Adani vale agora 88,8 mil milhões de euros, o que faz do empresário a 12.ª pessoa mais rica do planeta.

O industrial autodidata, que abandonou a faculdade, ganhou quase 12 mil milhões de euros em património líquido nos últimos dois dias, o que lhe permitiu ultrapassar o seu compatriota Mukesh Ambani como o maior multimilionário do continente, segundo aquele índice. Ambani, o presidente da Reliance Industries, vale atualmente 88,2 mil milhões de euros.

O salto na riqueza de Adani - o maior do mundo este ano, de acordo com o índice - ocorre quase 12 meses depois do seu conglomerado de portos para energia ter sido acusado de "manipulação descarada de ações e esquema de fraude contabilística".

Em resultado do escrutínio que se seguiu a essas acusações, a fortuna de Adani, que em setembro de 2022 valia mais do que a de Jeff Bezos, sofreu uma queda impressionante. A certa altura, o empresário perdeu mais de 70 mil milhões de euros, sobretudo após a publicação do relatório de Hindenburg em janeiro de 2023.

O seu património líquido recuperou um pouco nos meses que se seguiram. No final do ano passado, o índice Bloomberg colocou a sua riqueza em 76,7 mil milhões de euros, mas isso ainda estava mais de 40% abaixo do nível de setembro de 2022.

Na sua investigação, que, segundo a Hindenburg, levou dois anos a compilar, a empresa americana questionou as "avaliações altíssimas" das empresas Adani e afirmou que a sua "dívida substancial" colocava todo o grupo "numa situação financeira precária". Os vendedores a descoberto ganham dinheiro ao apostarem na queda das ações das empresas.

O Grupo Adani publicou uma reação de 400 páginas, chamando à análise de Hindenburg "nada mais do que uma mentira". Mas isso não evitou o colapso da bolsa no início do ano passado, que afetou o valor de mercado do conglomerado e a fortuna pessoal de Adani, que também foi alvo de uma investigação do regulador indiano.

Mas as ações da Adani subiram esta semana depois de o Supremo Tribunal da Índia ter ordenado ao regulador que encerrasse rapidamente a sua investigação e ter dito que não eram necessárias mais investigações ao grupo.

Adani congratulou-se com a decisão, afirmando que "a verdade prevaleceu" e que a sua "humilde contribuição para a história de crescimento da Índia vai continuar". As ações da Adani Enterprises, a sua principal empresa, subiram quase 7% esta semana.

Visto como um aliado próximo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, Adani foi várias vezes comparado a magnatas do mundo dos negócios como John D. Rockefeller e Cornelius Vanderbilt, que construíram vastas empresas monopolistas no século XIX, durante a Era Dourada da América.

O empresário iniciou a carreira no comércio de diamantes, antes de criar uma empresa de comércio de mercadorias em 1988, que mais tarde se transformou na Adani Enterprises. Atualmente, possui empresas em setores-chave que vão desde os portos e a eletricidade até aos meios de comunicação social e às energias limpas.

Antes do início da saga do Hindenburg, os mercados tinham aplaudido incessantemente Adani, apostando na sua capacidade de fazer crescer a atividade em setores a que Modi deu prioridade para o desenvolvimento.

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