Futsal: após final da carreira, Bebé dedica-se ao restaurante da mãe

19 jun 2022, 17:14
«Valorizo as medalhas, mas valorizo mais ser uma influência positiva»

Guarda-redes despediu-se aos 39 anos, mas admite voltar ao desporto «noutras funções»

Bebé, campeão europeu e mundial de futsal, terminou a carreira aos 39 anos e agora vai dedicar-se à gestão do restaurante da mãe, mas deixa a porta aberta para um regresso ao futsal, a médio ou a longo prazo, mas noutras funções.

«Inicialmente, o restaurante é algo que me quero dedicar, até porque a minha mãe já tem uma idade avançada – 73 anos – e já está a preparar a saída dela do restaurante. Tenho de organizar as coisas e, de momento, será no restaurante que me irei dedicar e passar mais tempo. Também aproveitar para passar com a minha família, com os meus três filhos, que tanto tempo estiveram privados de mim», destacou o antigo guarda-redes em entrevista à agência Lusa.

Euclides Vaz, mais conhecido pela alcunha Bebé, concluiu uma longa carreira com vinte anos repleta de conquistas, saindo como um dos jogadores com mais títulos de sempre no futsal português, mas continuará a envergar a camisola do restaurante, com a qual apareceu na entrevista, que decorreu no pavilhão do Leões de Porto Salvo, em Oeiras.

«Por agora, vou estar um bocado fora [do futsal], mas, se houver algum convite para um projeto em que possa ajudar no desenvolvimento da modalidade e se for bom para mim e para a entidade que me convidar, não vou olhar para trás e aceitarei», afirmou.

Festejado há poucos dias o quarto aniversário do estabelecimento, Bebé ajudou, desde o dia inicial, a concretizar o sonho da mãe em ter um restaurante, conciliando a gestão do mesmo com os treinos e os jogos nos Leões de Porto Salvo, onde esteve cinco anos, depois de onze ao serviço do Benfica, no qual adicionou dezenas de troféus ao palmarés.

«Sem dúvida, foi o maior desafio que tive. Orgulhosamente digo que consegui vencer. São realidades completamente diferentes. O objetivo principal dos Leões é formar. Foi uma mudança muito grande na vida desportiva, até numa questão de mentalidade. O meu objetivo era ajudar os Leões a crescer e também dar algum clique mentalmente. Fazendo uma retrospetiva, acredito que ajudei os Leões a dar esse passo», expressou.

Contudo, lembrou que os primeiros seis meses no clube foram, talvez, o período mais complicado da carreira, embora lembre também a lesão no escafoide, em 2009, que o deixou oito meses de fora, e alguns momentos no Benfica onde teve poucos minutos.

«Foi um desafio tremendo, passei por momentos difíceis, mas, ao fim de cinco anos, foi uma bela batalha ganha. O Ré, na altura, até dizia que eu estava em depressão, meio a brincar, meio a sério. Passado esse tempo todo, consegui dar a volta e saio daqui com sentimento de dever cumprido», realçou o campeão europeu e mundial.

Esses títulos, «os mais importantes da carreira», foram conquistados já ao serviço dos Leões de Porto Salvo, numa altura em que muitos já o davam como acabado depois de abandonar o Benfica e o contexto mais profissional da modalidade, embora tenha mantido a confiança do selecionador Jorge Braz para oferecer experiência a Portugal.

«Foi engraçado porque os títulos mais marcantes que ganhei, à exceção da Liga dos Campeões [pelo Benfica], foram já aqui [em Porto Salvo]. Alguns amigos meus diziam-me que tudo o que tinha para ganhar, já ganhei, não ia ganhar mais. A probabilidade era muito grande, mas, felizmente, ganhei esses títulos muito especiais, ao serviço do meu país, com um grupo de atletas, treinador e um ambiente fantásticos», sublinhou.

Com 136 internacionalizações por Portugal, Bebé conquistou, para além do Europeu (2018), do Mundial (2021) e da Liga dos Campeões (2010), sete campeonatos, oito Supertaças e seis Taças de Portugal, representando igualmente Sporting, Castelo e Os Económicos, onde iniciou, após formar-se no futebol, nos ‘leões’ e no Sacavenense.

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