Cinco polícias detidos em Marselha devido à morte de um homem de 27 anos durante protestos em França

CNN Portugal , CNC
8 ago 2023, 18:12
Protestos em França (AP Photo/Lewis Joly)

Procurador do Ministério Público francês afirma que é possível que a morte de Mohamed Bendriss tenha ocorrido após um "impacto violento no peito causado pelo disparo de um projétil, provocando uma paragem cardíaca"

Cinco polícias foram detidos esta terça-feira para primeiro interrogatório devido à morte de um homem de 27 anos durante protestos na cidade de Marselha a 1 de julho.

De acordo com o Le Monde, os polícias fazem parte da unidade de elite tática Raid (Recherche, Assistance, Intervention, Dissuasion, em francês) e foram detidos em Marselha para serem interrogados acerca da morte de Mohamed Bendriss durante os protestos que se seguiram à morte de um adolescente pela polícia nos subúrbios de Paris, a 27 de junho, durante uma operação STOP, informaram os procuradores.

Vários civis e polícias estão a prestar depoimento como testemunhas na investigação, reporta o Le Monde.

O procurador do Ministério Público francês afirma que é provável que a morte de Mohamed Bendriss tenha ocorrido após um “impacto violento no peito causado pelo disparo de um projétil do tipo flash ball" e provocado uma paragem cardíaca, segundo o The Guardian.

Mohamed Bendriss foi encontrado em Cours Lieutaud, no centro de Marselha, e depois levado para o hospital, local onde morreu, avança o France Bleu.

De acordo com o Le Monde, o resultado da autópsia a Bendriss revelou que o seu peito apresentava vestígios do impacto de uma flash ball (conhecida em francês como LBD), uma arma alternativa e menos letal habitualmente utilizada pela polícia de choque do país. 

"Nessa noite, houve motins e pilhagens na zona mas não é possível determinar se a vítima estava a participar ou se se encontrava a andar de scooter na zona", afirmou o procurador do Ministério Público.

O advogado da mulher de Mohamed Bendriss, Arié Alimi, afirmou que os tumultos e pilhagens em Marselha não podiam justificar os ferimentos de Bendriss e do seu primo. "Hoje é indiscutível que nem Abdelkarim nem Mohamed cometeram qualquer dano ou violência", diz o advogado.

Esta já não é a primeira investigação em Marselha que envolve agentes das autoridades devido a suspeitas de violência policial. O Le Temps reporta o caso do espancamento de um jovem, Hedi, a quem foi amputado uma parte do crânio, também à margem dos tumultos. Quatro agentes da polícia de Marselha foram acusados a 21 de julho de "violência deliberada que provocou uma incapacidade total para o trabalho durante mais de 8 dias", na sequência do espancamento de Hedi.

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