Noruega pede que FIFA dê «o exemplo» sobre trabalhadores, mulheres e LGBT

31 mar 2022, 16:19
FIFA (Reuters)

Federação nórdica exige «mudanças e transparência» do organismo

A presidente da Federação Norueguesa instou a FIFA a «dar o exemplo» quanto aos direitos dos trabalhadores, das mulheres e da comunidade LGBT.

«Os nossos membros exigem mudanças e transparência e querem fazer ouvir a sua voz. Não podemos ignorar a necessidade de mudança e a FIFA tem de atuar e dar o exemplo», afirmou Lise Klaveness, durante o 72.º congresso do organismo, em Doha, precisamente na véspera do sorteio da fase final do Mundial2022.

Klaveness disse estar a falar em nome dos países nórdicos e ser intolerável «empregadores que não garantam a segurança dos seus trabalhadores e responsáveis políticos que não querem organizar jogos de mulheres e que não protejam a segurança da comunidade LGBT».

Note-se que os trabalhos de construção dos estádios que vão receber o próximo Mundial, entre 21 de novembro e 18 de dezembro, provocaram a morte a mais de seis mil operários migrantes, maioritariamente de origem asiática, de acordo com vários órgãos de comunicação social.

«A FIFA tem que dar o exemplo, tem que liderar», vincou a dirigente federativa nórdica, admitindo ter tido dúvidas sobre a atitude do organismo máximo do futebol acerca da aplicação de sanções para retaliar a invasão russa à Ucrânia.

Por seu turno, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, referiu que o organismo não pode ser responsabilizado «por todos os males do mundo».

«O tema dos direitos humanos surgiu quando foi atribuído o Mundial ao Qatar, em 2010. A única maneira de promover uma mudança positiva é através do diálogo. Desde início, pressionámos as autoridades qataris que têm sido parceiros comprometidos em alterações em termos de direitos humanos», realçou.

Infantino defendeu ainda que o próximo campeonato do mundo «é uma oportunidade para que o mundo árabe se mostre ao mundo inteiro».

Note-se que a Noruega tem defendido publicamente os direitos humanos, como aconteceu em março de 2021, quando a seleção daquele país usou camisolas com a inscrição «direitos humanos dentro e fora do campo».

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