Vítimas são sócios do FC Porto
Há novas informações na Operação Pretoriano: os Super Dragões são suspeitos de terem ameaçado idosos com muletas e de agredirem varios sócios do FC Porto, entre os quais mulheres, na assembleia geral de 13 de novembro, segundo o jornal Observador.
O Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu “criar um clima de intimidação e medo” na assembleia geral do clube, em 13 de novembro, durante a qual se verificaram incidentes, para que fossem aprovadas as alterações estatutárias em votação, “do interesse da atual direção” do FC Porto.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que em causa neste processo estão “crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”.
O Ministério Público tem testemunhos de seis sócios do FC Porto, que denunciaram as agressões. Uma das vítimas foi mesmo ameaçada de morte. "Uma das sócias diz que levou duas estaladas e não conseguiu identificar o agressor, mas é o único caso, todos os outros conseguiram identificar os agressores, que estão entre os detidos neste processo", explica o jornalista Luís Rosa à CNN Portugal.
Perante estes dados, Luís Rosa considera que "a prisão preventiva é uma hipótese muito provável". "Há grande preocupação do Ministério Público com a insegurança e o clima de medo e intimidação que ocorreu nessa assembleia, mas que persistiu e ainda está presente na cidade do Porto", diz. O despacho do MP, a que teve acesso, "é um texto muito impressivo, muito claro, muito duro na contextualização do clima de intimidação".
Por isso, e também para "acautelar" que as eleições de abril para a direção do clube decorrem com normalidade, Luís Rosa admite que "o Ministério Público venha a promover a medida de coação máxima para alguns destes arguidos, nomeadamente Fernando Madureira". "Outra medida possível será a proibição de alguns destes elementos estarem presentes em eventos da pré-campanha eleitoral", avança.
Neste caso, explica o jornalista, as declarações das testemunhas são muito importantes - e uma das testemunhas é André Villas-Boas - mas há há também outras provas. Por exemplo, um dos sócios agredidos foi ao hospital e isso está registado. "Há aqui factos públicos e notórios, imagens de violência e de agressões, vídeos onde eles se vangloriam do que fizeram", sublinha Luís Rosa.
Nos despachos é também claro que Adelino Caldeira é o elemento do FC Porto que faz a ligação com os elementos do grupo de Fernando Madureira, existe um "alegado conluio para intmidar os adeptos de André Villas-Boas". Villas Boas pretende rever o acordo que permite à claque Super Dragões vender bilhetes para os jogos do FC Porto porque afirma que isso resulta "num prejuízo significativo para o clube. Essa será uma das motivações para o grupo de Fernando Madureira querer evitar a vitória de Villas-Boas.
Dos 12 detidos no âmbito da Operação Pretoriano, apenas oitos aceitaram prestar declarações perante o juiz de instrução criminal do Porto e somente esses se deslocaram esta sexta-feira ao tribunal, como foi o caso de Fernando Madureira, líder dos Super Dragões. O dirigente da claque do FC Porto chegou ao início da tarde, já passava das 14:00, numa carrinha celular da PSP, e nas ruas estavam dezenas de pessoas que o receberam com aplausos e cânticos de apoio.
A mulher de Fernando Madureira, Sandra Madureira, vice-presidente dos Super Dragões, não se deslocou ao tribunal, permanecendo na esquadra da PSP de Santo Tirso, uma vez que não pretende prestar declarações.