Europeu feminino: Suécia destroça Portugal nas bolas paradas (5-0)

17 jul 2022, 19:07

Portugal despede-se de Inglaterra com apenas um ponto

A seleção feminina está fora do Campeonato da Europa depois de ter sido goleada diante da Suécia, por 5-0, num jogo em que voltou a revelar muitos problemas e falta de centímetros nos lances de bola parada. A equipa de Francisco Neto segurou o nulo por mais tempo, em relação aos dois primeiros jogos, mas chegou ao intervalo a perder por 3-0 e já com a qualificação comprometida. Ainda na primeira parte, Catarina Amado saiu lesionada, e, já na segunda Portugal consentiu mais dois golos.

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Francisco Neto promoveu duas alterações cirúrgicas, em relação aos dois primeiros jogos, em que tinha repetido o onze, com a entrada de Patrícia Morais para a baliza e com o recuo de Ana Borges para a defesa da ala esquerda, que permitiu a entrada da Kika Nazareth, recuperada de uma amigdalite, para o apoio direto às duas Silvas do ataque, Diana e Jéssica.

Um onze, em teoria, mais ofensivo, mas Portugal entrou no jogo a defender, face à entrada pressão inicial da Suécia, que procurava chegar rápido à frente, sob a batuta de Kosovare Asllani que acaba de trocar o Real Madrid pelo Milan e que foi claramente a melhor jogadora sobre o tapete do Leigh Sports Village este domingo. Portugal até fechava-se bem, com Ana Borges em modo combate, a ir a todas, e Patrícia Morais com saídas determinantes de entre os postes.

O problema, percebeu-se cedo, eram as bolas paradas, como já tinha sido previamente anunciado. Um problema que já tinha sido evidente frente à Suíça e Países Baixos e que se tornou ainda mais evidente este domingo. A cada pontapé de canto (e foram sete), a Suécia ameaçava o golo e Portugal tremia que nem varas verdes, sem centímetros para lutar nas alturas com as suecas. Ainda assim, Portugal passou dos 16 minutos com o nulo intato, momento em que já tinha consentido dois golos nos outros dois jogos.

Fim da resistência e descalabro antes do intervalo

A resistência portuguesa acabou ruir aos 21 minutos, na sequência de um canto, como já se adivinhava. Patrícia Morais ainda conseguiu afastar a primeira bola, mas esta sobrou para Angeldahl  que atirou a contar. Portugal procurou reagir nos instantes que se seguiram, mas logo a seguir perdeu Catarina Amado, vítima de uma entrada duríssima de Rytting Kaneryd que levou a lateral portuguesa a abandonar o jogo de maca. Entrou Joana Marchão para a esquerda, com Ana Borges a deslocar-se para a direita. Portugal ainda ameaçou o empate, numa boa combinação entre Jéssica e Kika, mas o remate de Diana Silva saiu fraco para a defesa de KIndahl.

Na ponta final da primeira parte, Portugal deitou tudo a perder em mais dois lances de bola parada. Blackstenius já tinha visto um golo anulado por fora de jogo, quando Angeldahl bisou no jogo, na sequência de um livre em forma de canto curto. Com a defesa portuguesa toda dentro da área, Asllani cruzou atrasado para o remate fácil da avançada do Manchester City. Bola ao centro e novo golo da Suécia, na sequência de mais um canto, com um primeiro desvio de Eriksson e um segundo de Carole Costa, para a própria baliza. Em dois tempos, Portugal deitava tudo a perder.

Francisco Neto tinha dito antes do jogo que Portugal tinha uma montanha para subir, mas ao intervalo já tinha uma verdadeira cordilheira. Restava às portuguesas procurar despedir-se da prova com dignidade. A segunda parte começou, no entanto, praticamente com um penálti para a Suécia depois de um corte com a mão de Diana Silva que permitiu a Asllani estrear-se a marcar neste Europeu, com um pontapé colocado.

Francisco Neto não esperou muito mais e foi mudando as principais peças, procurando obter novas dinâmicas, mas pelo meio a Suécia voltou a marcar, por Blackstenius, mas este golo viria a ser anulado pelo VAR. As suecas já estavam em modo espetáculo, com muitos adeptos do país nas bancadas, com oportunidades atrás de oportunidades. Portugal por seu lado, só se conseguiu soltar nos últimos quinze minutos, com destaque para uma grande oportunidade de Andreia Norton, com um remate cruzado ao lado.

A última palavra tinha de ser sueca, com Blackstenius a voltar a festejar (desta vez valeu), depois da finalização do primeiro golo de bola corrida do jogo que fixou o resultado final em 5-0.

Foi o adeus de Portugal que até deixou uma boa imagem, com quatro golos marcados (nove sofridos), mas, neste papel de «penetra», ocupando o lugar da Rússia, não podia fazer muito mais, face à melhor qualidade dos adversários, como foi claro o jogo desta tarde, frente à seleção mais cotada do torneio [A Suécia é número dois do ranking da FIFA].

Não se pode reduzir o problema da seleção portuguesa aos centímetros. Portugal sofreu golos de bola parada em todos os jogos e mostrou, acima de tudo, um grande défice nas segundas bolas.

No outro jogo deste grupo, os Países Baixos bateram a Suíça por 4-1 e, desta forma, acompanha as suecas, com os mesmos sete pontos, para os quartos de final.

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