Procurador que investigava ataque a televisão do Equador morto a tiro

17 jan, 21:49
Polícia do Equador nas ruas durante estado de emergência (Dolores Ochoa/AP)

País está em "conflito armado interno" contra traficantes de droga

O procurador que estava encarregue de investigar o ataque a uma televisão do Equador foi morto esta sexta-feira.

A agência Reuters refere que o procurador da província de Guayas morreu baleado com vários tiros enquanto conduzia o seu veículo.

“Infelizmente é verdade”, confirmou a fonte, referindo-se à morte de César Suárez, que estava na cidade portuária de Guayaquil, um dos maiores centros da atual guerra do país contra os gangues de tráfico de droga.

O procurador estava também encarregue de vários casos relacionados com corrupção.

Este é apenas o mais recente episódio de um conjunto de graves incidentes no país, que está em guerra aberta contra os gangues que traficam droga. O número de detidos no Equador superou os 1.500, dos quais 158 por suspeita de terrorismo, durante os primeiros seis dias da declaração governamental de “conflito armado interno” contra o crime organizado.

Neste balanço de 9 a 15 de janeiro, as autoridades informaram ainda ter abatido cinco presumíveis membros de grupos de crime organizado considerados como terroristas e beligerantes não estatais.

No mesmo período, nas operações policiais e militares, dois polícias foram assassinados, enquanto outros 11 foram libertados de sequestros presumivelmente perpetrados por esses grupos.

No total, 22 grupos de crime organizado foram considerados como terroristas pelo governo.

Outrora um país classificado como pacífico, o Equador está a ser devastado pela violência depois de se ter tornado o principal ponto de exportação da cocaína produzida nos vizinhos Peru e Colômbia.

Os recentes motins ocorridos em diversas prisões do país são uma parte de uma escalada de violência protagonizada pelos grupos do crime organizado no Equador, que também incluiu ameaças contra universidades, instituições estatais e empresas, sequestros e atentados contra polícias, veículos incendiados, explosões e até um ataque armado a uma estação de televisão na cidade de Guayaquil.

Os acontecimentos deram-se quando o Governo do Presidente Daniel Noboa, de 36 anos – eleito no outono com a promessa de restaurar a segurança no país -, se preparava para pôr em prática o seu plano para recuperar o controlo das prisões equatorianas, muitas das quais são internamente dominadas por estes grupos criminosos, cujas rivalidades fizeram desde 2020 mais de 450 mortos entre os reclusos, numa série de massacres.

Essa violência também se estendeu às ruas, até fazer do Equador um dos países mais violentos do mundo.

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