A chave para atrair estes profissionais está na competitividade do mercado e na possibilidade de trabalhar remotamente, aponta estudo da Randstad
Vendas e desenvolvimento de negócio, atendimento ao cliente e gestão financeira são as áreas com maiores necessidades de capital humano em 2023. Quanto aos fatores-chave para capitalizar e atrair estes profissionais, a análise da Randstad identifica a competitividade do mercado e a possibilidade de trabalho remoto, revela o estudo “Randstad Sourceright’s Global In-demand Skills Report”.
“Em Portugal, na área de vendas e desenvolvimento de negócio, a competitividade de mercado, comparativamente com outros países, é de 7%, situando-se acima da média global de 5,4%. Este parâmetro é calculado com base na percentagem de emprego que exige competências no ramo, comparado com os dados de oferta e procura. Quanto mais elevada for a percentagem, mais competitivo é o mercado”, começa por explicar empresa.
Para a área de gestão financeira, por sua vez, o estudo revela que a competitividade de mercado em Portugal é de 2%, um ponto percentual abaixo da média dos 26 países analisados. E para profissões de atendimento ao cliente, a competitividade em Portugal é de 9%, situando-se na mesma posição do ranking que os Estados Unidos (10.º lugar).
Para estas três profissões, há ainda um fator-chave a ter em conta: o trabalho remoto. “A possibilidade de trabalhar à distância tem um grande impacto na maior parte das ofertas de emprego”, salienta a Randstad, em comunicado. “O trabalho remoto é um dos benefícios mais mencionados para algumas funções, como apoio ao cliente“, acrescenta. Nesta área, Portugal posiciona-se no top 3 dos países que mais oferece esta oportunidade (26%), ficando apenas atrás da Argentina (30%) e da Roménia (28%).
Genericamente, o trabalho remoto tem uma aceitação mais lenta em cargos de gestão financeira. Ainda assim, em Portugal, 8% das vagas oferecem esta condição, acima da média global que se situa nos 4,6%.
As ofertas de trabalho remoto para profissionais de vendas e desenvolvimento de negócio são mais elevadas, com a média global a apontar para 11,7% (18% em Portugal) das vagas a oferecer esta possibilidade. Os mercados que lideram esta categoria encontram-se na Roménia (29%), República Checa (27%) e Argentina (22%).
“Os mercados de trabalho estão mais competitivos do que nunca. A rotatividade não abranda e, cada vez mais, as empresas começam a deparar-se com a falta de profissionais capacitados para preencher determinadas vagas, sendo este um dos grandes desafios atuais das organizações. Um pouco por todo o mundo, os empregadores devem apostar em explorar novas formas de atrair e reter talento”, comenta a Randstad, salientando a necessidade de upskilling e, em alguns casos, reskilling.
A análise da Randstad concluiu ainda que, a nível mundial, do top 10 das skills mais procuradas, os conhecimentos em inteligência artificial, computação e big data são os mais requisitados para os mais variados setores, desde serviços financeiros, à tecnologia, passando por serviços de saúde e retalho.
O Randstad Sourceright’s Global In-demand Skills Report” foi criado a partir de uma análise de tendências em 26 países da Europa, América e Ásia, entre os quais Portugal.