Ainda faltam contar 60 a 70 mil votos, mas o representante da AD garantiu à CNN Portugal que nada deverá impedir a indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro
Dois deputados para o Chega, um para a AD e um para o PS. Essa é a tendência ao segundo dia de contagem de votos dos círculos eleitorais da emigração, quando estão contados mais de metade dos votos que chegaram de várias partes do mundo.
O círculo da Europa tem uma clara liderança do partido de André Ventura, com o PS a aparecer em segundo e a AD em terceiro.
Já Fora da Europa, de onde chegam votos de países como Estados Unidos ou Brasil, é a AD a levar vantagem, sendo que também aí se levanta a possibilidade de o Chega eleger, estando em segundo lugar.
Mesmo tendo em conta que ainda faltam contar vários votos, os resultados preliminares dão uma clara indicação: o Chega poderá eleger dois dos quatro deputados atribuídos pelos emigrantes e o PS pode nem meter ninguém no círculo Fora da Europa. A acontecer, isso mesmo significará que Augusto Santos Silva, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e atual presidente da Assembleia da República, pode ficar de fora do Parlamento na próxima legislatura.
Os dados disponíveis até ao momento mostram que o Chega lidera no Brasil, por exemplo, enquanto a AD está à frente nos Estados Unidos, Canadá ou Arábia Saudita. Já o PS lidera no continente africano.
O representante da AD, José Cesário, indica que a tendência se manteve esta terça-feira, preferindo aguardar pelo escrutínio dos restantes “60 a 70 mil votos”.
“Vamos manter a tendência. Vamos ver o que teremos pela frente. Em qualquer caso, no cômputo final, o PS deverá perder dois dos três deputados que tinha para o Chega, nós conservaremos o deputado que temos e o PS o outro”, indicou à CNN Portugal o representante da coligação formada por PSD, CDS e PPM.
José Cesário vai mesmo mais longe, dizendo que estas votações “não vão com certeza” alterar os resultados.
“Neste momento é praticamente adquirido que a diferença de votos entre AD e PS deverá até aumentar um pouco. Não muito, mas umas centenas de votos, por causa do círculo Fora da Europa”, acrescentou, indicando que depois disso estarão reunidas as condições para que o Presidente da República possa indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro.