Ativistas da Climáximo pintam sede da EDP e ponte do museu MAAT

Agência Lusa , MM
17 mar, 11:30

Grupo acusa a EDP de ser responsável por deixar Portugal “preso à utilização de gás ‘natural’”, combustível que disse ter sido introduzido no país em 2000, numa altura em que a empresa e os governos “sabiam perfeitamente que fazê-lo era condenar milhares de pessoas à morte”

Um grupo de apoiantes do movimento Climáximo escreveu hoje a frase “Fechar centrais de gás” na ponte do museu MAAT e atirou tinta vermelha contra a sede da EDP, em Lisboa.

“Várias apoiantes do coletivo Climáximo escreveram a frase ‘Fechar centrais de gás’ na ponte do museu MAAT [Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia] e pintaram a sede da EDP esta manhã, num protesto contra os ataques mortíferos desta empresa”, indicou, em comunicado.

Esta é a sexta ação feita pelos apoiantes do Climáximo em duas semanas.

Os ativistas estão contra as práticas de ‘greenwashing’ que dizem ser praticadas pela elétrica.

‘Greenwashing’ refere-se à divulgação de falsas práticas ambientais sustentáveis, através de ações de ‘marketing’ e publicidade.

Citada na mesma nota, a porta-voz da ação, Sara Gaspar, defendeu que a tomada de espaços culturais e desportivos, bem como publicidade “não apaga a realidade”.

A bióloga disse que a EDP fechou centrais a carvão “sem garantir as condições de justiça e de trabalho para os trabalhadores, ao mesmo tempo que bloqueou uma real transição energética”.

A porta-voz da Climáximo acusou ainda a EDP de ser responsável por deixar Portugal “preso à utilização de gás ‘natural’”, combustível que disse ter sido introduzido no país em 2000, numa altura em que a empresa e os governos “sabiam perfeitamente que fazê-lo era condenar milhares de pessoas à morte”, através dos incêndios e da seca, por exemplo.

O coletivo exige o encerramento das centrais de produção de eletricidade através de gás fóssil ainda este ano, através da adaptação da rede elétrica e de “um ‘mix’ energético renovável”.

Para isso, conforme defendem, é necessário criar “milhares de novos postos de trabalho público” nas áreas do clima e energias renováveis.

“Só será possível alcançar estas mudanças se as pessoas deixarem de consentir com a guerra que as empresas e os governos declararam contra as pessoas e o planeta. A publicidade e os patrocínios que legitimam o mercado fóssil em todos os espaços públicos são criminosos. Estas são empresas com planos assassinos, que têm de ser tratadas como tal e travadas”, concluiu Sara Gaspar.

Nas últimas duas semanas, além do protesto contra a EDP, os ativistas disseram ter estado presentes no Aeroporto de Lisboa, contra a construção de um novo aeroporto, e no Campo de Golfe de Oeiras.

Paralelamente, marcaram presença, em vários momentos, durante a campanha eleitoral, no dia de reflexão e na noite de eleições.

A Lusa contactou a EDP e aguarda uma resposta.

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