Arte no fundo do mar - a primeira exposição subaquática no país fica no Algarve
Está oficialmente inaugurada a primeira exposição artística subaquática do país a 12 metros de profundidade, ao largo de Albufeira. O projeto EDP Art Reef alia o poder de criação do artista português Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils, ao poder de criação da natureza. As obras de arte dão corpo ao propósito da EDP de apoiar a sustentabilidade e a biodiversidade e são feitas a partir de peças de centrais termoelétricas desativadas para dar lugar a projetos renováveis. O objetivo é o de contar a história da necessária transição para fontes mais limpas de energia, que a EDP materializa com a ambição de se tornar uma empresa 100% verde até 2030 e eliminar a utilização de carvão já em 2025.
Catarina Barradas, Diretora de marca do grupo EDP, explica que “o EDP Art Reef tem como objetivo estimular a reflexão sobre a relação da humanidade com o mar. Estamos verdadeiramente empenhados em cuidar dos nossos oceanos e queríamos dar um passo à frente. Este não é apenas um projeto pioneiro criado por um grande artista da arte contemporânea, é uma homenagem ao passado do setor elétrico, mas é também um compromisso com o nosso futuro.”
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Energia do passado transformada em arte
São cerca de uma dezena de peças de grande dimensão retiradas das centrais a carvão e fuel da EDP que, noutros tempos, criaram a eletricidade que nos aquecia e iluminava. Um trabalho que decorreu ao longo de três anos, feito pelo artista português e mais de 200 pessoas de várias equipas, que visitaram antigas centrais em processo de desmantelação e escolheram materiais. Depois de um cuidadoso processo de descarbonização e descontaminação, Vhils deu-lhes um novo propósito a pensar no universo submarino. O desígnio do artista é abrigar vida, através dos recifes que ali se fixem e desenvolvam, criando um ecossistema marítimo. São peças de ferro ou betão, a mais alta com mais de 5 metros, que homenageiam os oceanos. Esta intervenção resulta de um princípio da reutilização de materiais, algo recorrente na obra de Vhils, que os reinterpreta e lhes dá um sentido artístico e uma nova função.
As obras estiveram à superfície em exposição na sede da EDP, em Lisboa, e agora mergulharam a cerca de duas milhas da costa de Albufeira, só devendo ser visitadas por mergulhadores qualificados ou num batismo de mergulho, que pode ser realizado com as escolas locais. A exposição subaquática será monitorizada nos próximos anos para estudos científicos e ambientais, além dos propósitos culturais e de sensibilização.
O projeto foi desenvolvido com o apoio da Câmara Municipal de Albufeira, do Turismo de Portugal, do CCMar (Universidade do Algarve), entre outros, e validado pela Direção Geral de Recursos Naturais e pela Agência Portuguesa do Ambiente, assim como outras entidades competentes. Por sua vez, o afundamento da exposição é licenciado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e pela Autoridade Marítima Nacional.