"Os D'zrt são quatro, vão ser sempre quatro". Doze anos depois, o regresso dos D'zrt foi assim

30 abr 2023, 01:59

Cifrão, Vintém e Edmundo voltaram a subir a palco e com eles levaram Angélico. Num dia em que as emoções foram difíceis de controlar, a festa fez-se no Altice Arena durante cerca de duas horas, onde nenhum dos clássicos ficou de fora

"Os D'zrt são quatro, vão ser sempre quatro". E este sábado à noite, no palco do Altice Arena, voltaram a ser quatro. Vítor Fonseca (Cifrão), Paulo Vintém e Edmundo Vieira garantem que Angélico Vieira, que morreu em 2011 num acidente automóvel, esteve com eles em palco e não apenas em holograma (já lá iremos). E os fãs, que aguardaram 12 anos pelo regresso da banda, garantem que também o sentiram.

Joana Gomes, que veio de Setúbal, assegura isso mesmo "D'ZRT vão ser sempre D'ZRT" aludindo ao facto de o nome da banda se referir às personagens que os quatro membros interpretavam em "Morangos com Açúcar".

A setubalense diz que "não estava à espera nem de metade" do concerto "indiscritível" que viu, até porque não tinha expectativas para o mesmo. 

"Nem dei conta das duas horas passarem tal foi a envolvência de tudo. Não vim com expectativas. Foi muito emotivo", afirma, acrescentando que a emoção ajudou ao espetáculo. 

Emoção essa que foi visível em palco. Cifrão, Vintém e Edmundo subiram a palco depois da hora marcada e já com o público a mostrar-se ansioso para que o espetáculo começasse. E às 21:20, ao som de "Manos D'Zrt" - e não de "Querer Voltar" como tantos fãs antecipavam, o momento mais esperado da noite aconteceu.

Foram três músicas "sempre a abrir" que terminaram com a primeira ovação do público e os três rapazes emocionados.

"Estivemos tantos anos sem pisar o palco e ter uma receção destas é inacreditável. Acreditem que o nosso amor deste lado é tão grande quanto aquilo que vocês nos estão a fazer passar. É mesmo", afirmou Cifrão, de voz embargada, enquanto Vintém e Edmundo tentavam voltar ao ritmo.

E esse, esse não se perdeu, ou não se tivesse seguido "Para mim tanto me faz", um dos êxitos da banda e que levou o pavilhão a cantar a uma só voz.  

"Uma entrada do outro mundo", como garantiu Vintém em declarações à CNN Portugal no final do concerto.

Angélico regressa ao palco

As fotos de Angélico marcaram logo a abertura do concerto, no videowall do palco, mas o primeiro momento em que o cantor apareceria em holograma no palco aconteceu quando a banda entoou "Verão Azul".

No final da música, encostado à icónica carrinha azul da banda - que marcou presença no arranque da tour - Angélico "apareceu" em palco e o público reagiu com uma nova ovação. Era a primeira de várias homenagens da noite. 

Angélico "aparece" durante a música "Verão Azul"

Homenagens essas que por vezes tiveram de ser interrompidas para assistir pessoas do público que, com a sala esgotada - os bilhetes esgotaram em poucas horas e levaram a banda a abrir mais datas -, as longas horas de espera para entrar no Altice Arena, a temperatura elevada da sala e as "fortes emoções" que se fizerem sentir, se sentiram mal e precisaram de cuidados médicos.

A mãe de Angélico, Filomena Vieira, acabaria por ser uma dessas pessoas, com Edmundo a garantir em palco que "estava tudo bem", depois da maior homenagem ao cantor: no palco, Angélico surgiu novamente em holograma, sentado ao lado dos companheiros de banda para cantar "Só depende de nós", enquanto na plateia os olhos se enchiam de lágrimas.

"Isto foi inacreditável!"

Lágrimas, sorrisos, palmas, muita dança e muitos abraços. Uma roleta russa de emoções numa noite de regressos e saudades. Em conversa com a CNN Portugal depois do concerto, os D'zrt afirmam que o público "superou toda a expectativa". 

"Isto foi inacreditável! Não há explicação! Assim que nós parámos a nossa entrada, as três primeiras músicas... wow", começa por dizer Cifrão.

Depois de uma entrada "do outro mundo", a banda confessa ter dificuldade em encontrar "palavras para descrever" muitas das coisas que aconteceram esta noite.

"Há coisas que aconteceram aqui hoje que foram e vão ser sempre muito especiais para nós. Foi um concerto muito complicado de dar. Foi emoção do início até ao fim, tanto da nossa parte - como sempre - e da parte do público... Às vezes foi muito difícil controlar as emoções, outras vezes foi uma festa porque sentimos que ele estava ali connosco, a curtir connosco", revela Vintém.

Ele, Angélico, o quarto elemento que fazem questão de nunca esquecer que faz parte da banda desde a sua fundação e que esta noite, 12 anos depois de terem atuado todos juntos pela última vez, voltou a subir ao palco pela vontade de querer voltar.

Até porque, daqui a alguns anos, todos querem mostrar aos filhos - Cifrão anunciou no concerto que vai ser pai de uma menina - "os registos e mostrar-lhes a história".

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