Atenção: tarifas da luz são mais baratas no mercado livre, no gás os preços no regulado são mais acessíveis

ECO - Parceiro CNN Portugal , Jéssica Sousa
4 abr 2023, 10:12
Gás (Pexels)

De todas as ofertas no simulador da ERSE, chega-se à conclusão que os preços da luz no mercado livre são mais baratos, algo que não acontece no caso do gás, em que o mercado regulado é mais acessível

O mês de abril é sinónimo de atualizações nas tarifas da energia, tanto no mercado livre como no mercado regulado.

Se, na eletricidade, os preços regulados caíram 3%, da parte da Galp a redução foi de 27%. Já no caso do gás, a petrolífera reduziu o preço da fatura mensal em 15%, enquanto a concorrente EDP anunciou um desconto de 20%. Porém, esta atualização dos preços não faz com que estas comercializadoras tenham a oferta mais barata no mercado.

Na verdade, se comparados os preços dos tarifários em vigor, fica-se a saber que a eletricidade no mercado livre — onde comercializadores de energia têm autonomia para definirem os preços e as condições comerciais — permite maiores poupanças para os consumidores, enquanto no caso do gás natural a alternativa mais benéfica para a carteira das famílias é a oferta no mercado regulado — onde a tarifa é definida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Vejamos alguns exemplos:

Eletricidade no mercado livre é mais barata do que no regulado

No caso da eletricidade, e recorrendo ao simulador da ERSE, ficamos a saber que para um casal sem filhos, com uma potência contratada de 3,5 quilovoltampere (kVa) ou 6,9 kVA, uma tarifa simples, e consumos de 1900 quilowatt-hora (kWh), a Coopérnico, a Luzboa e a Plenitude oferecem as opções mais baratas.

No caso da Coopérnico, o valor mensal é de 24 euros. Já com a Luzboa e Plenitude os consumidores pagam 25 euros. Nestes três casos, as ofertas da eletricidade são indexadas, isto é, o preço do kilowatt hora (kWh) varia mensalmente em função dos preços do mercado grossista da Península Ibérica. Do simulador da ERSE, ficamos a saber que também as ofertas da Yes Energy, Luzgas
Muon e Alfa são indexadas.

Olhando para a EDP Comercial, a maior comercializadora de eletricidade para clientes domésticos em Portugal, é possível perceber que a oferta integra as opções mais caras, com o preço a situar-se entre os 33 e os 40 euros por mês. No caso da tarifa regulada da eletricidade, para o mesmo tipo de consumidor, o valor varia entre os 36 e os 43 euros por mês.

No caso de um casal com dois filhos, com uma tarifa simples e uma potência contratada de 6,9 kVa, a Audax é a opção mais barata, traduzindo-se numa despesa mensal de 58 euros por mês — uma diferença ligeira da Repsol, cujo valor da fatura chegaria aos 59 euros. Neste cenário, uma fatura da EDP atinge os 84 euros por mês e no mercado regulado o custo mensal da luz chega aos 92 euros.

A Repsol volta a estar no topo, no ranking das ofertas mais competitivas, quando a simulação tem em conta um casal com quatro filhos, uma tarifa simples, uma potência contrata de 6,9 kVa e um consumo de 10900 kWh. Neste cenário, a energética espanhola leva do consumidor 116 euros por mês na conta da luz, enquanto a Audax cobra 117 euros.

Quanto aos preços da EDP e da oferta regulada, estes voltam a cair para o fundo da tabela por custarem 180 e 200 euros por mês, respetivamente.

Em todos os três perfis tipificados de consumidor de eletricidade no simulador da ERSE, as ofertas da G9 Energy e da JAF são as mais caras.

Mercado regulado ganha ao livre no gás

Se, na eletricidade, compensa mais ao consumidor optar pela tarifa no mercado liberalizado, no caso do gás natural a situação inverte os papéis. Em todas as simulações, o preço do gás no mercado regulado compensou mais os consumidores — independentemente do perfil.

Se no caso de um casal sem filhos, com um contrato no primeiro escalão e consumos equivalentes a 1610 kWh, a fatura do gás situa-se nos 13 euros por mês, no caso de uma família composta por quatro elementos, e com consumos equivalentes a 3407 kWh, no segundo escalão, esse valor assenta nos 25 euros mensais. Para uma família numerosa (quatro ou mais elementos), no terceiro escalão, e com consumos de 7467 kWh, a fatura mensal do gás ascende aos 50 euros.

No mercado regulado, o gás natural é fornecido pelos chamados comercializadores de último recurso (CUR), que operam concessões regionais, sendo os preços definidos pela ERSE. Para saber que empresa contactar se quiser aderir aos preços regulados de gás pode visitar esta página do regulador, indicando o seu concelho.

Mas também existem ofertas para o gás natural no mercado livre. Ora, neste caso, os tarifários da Luz e Gás, nos três perfis de consumidor, são os mais baratos, oscilando entre os 16 e os 78 euros por mês.

Quanto à EDP, os preços mensais ultrapassam os 30 euros para um casal sem filhos e os 100 euros no caso de um casal com quatro filhos. Ainda assim, não é a oferta que mais pesa no orçamento das famílias. Da oferta global de preços de gás natural, a Iberdrola, a Yes Energy e a Jaf Plus são as opções mais caras, em todos os cenários.

Quanto às ofertas da Galp (tanto na eletricidade como no gás natural), o simulador da ERSE não incluía essa informação até à publicação deste artigo uma vez que os novos preços, que entraram em vigor a 1 de abril, ainda não foram incluídos no simulador.

Relacionados

Economia

Mais Economia

Mais Lidas

Patrocinados