«Depois de sair do Benfica fui 18 vezes sequestrado e uma vez preso»

13 mar 2021, 12:07

DESTINO: 00s reencontra Alcides, campeão pelo Benfica em 2005. O ex-defesa planeia voltar a Portugal para colaborar com a SAD do Rio Maior. Aos 35 anos, e depois de vários sustos apanhados, procura a segurança anti-stress na sua fazenda no interior de São Paulo

DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

ALCIDES: Benfica (de 2004 a janeiro de 2007)

Verão de 2004, o Benfica a tratar cicatrizes de guerra. A gestão danosa de Vale e Azevedo deixa um rasto de destruição desportiva e um caos nas finanças. O treinador Giovanni Trapattoni chega com a pesada responsabilidade de devolver o clube aos títulos, uma década depois. É bem sucedido. 

Não faltam novidades no plantel. Umas mais acertadas (Quim), outras incompreensíveis (Everson, Paulo Almeida, Delibasic...). A mais enigmática é, porventura, a chegada de um menino campeão do mundo de sub20 pelo Brasil, um ano antes: Alcides Eduardo. 

O estilo é agradável à vista. Muito alto, magro, senhor de um futebol elegante. O problema é que Alcides chega com uma grave lesão e passa meses, como o próprio recorda no DESTINOS do Maisfutebol, «a correr à volta do campo». 

Emprestado pelo Chelsea, Alcides cumpre dois anos e meio na Luz. Ajuda a equipa a ser campeã nacional em 2005 e destaca-se pela polivalência. É um defesa central que cumpre a lateral direito e desenrasca bem a lateral esquerdo. 

Mais de 15 anos depois da conquista desse campeonato com o senhor Trapattoni, Alcides atende-nos no final de mais um dia de trabalho na sua fazenda, no interior de São Paulo. E revela que está prestes a voltar ao futebol português para colaborar num futuro projeto do Rio Maior Sport Clube. 

ALCIDES NO BENFICA: 

. 2004/05: 11 jogos (campeão nacional)
. 2005/06: 18 jogos (3º lugar)
. 2006/07: 5 jogos * (3º lugar)

TOTAL: 34 jogos
* saiu a meio da época para o PSV

Alcides (à direita) a festejar um golo com Nuno Gomes, Anderson e Luisão (AP)

Maisfutebol – Bom dia, Alcides. Como vai a vida aí por São José do Rio Preto?
Alcides – Tudo tranquilo, tudo em paz. Infelizmente, a situação pandémica está muito má no Brasil e isso faz com que as coisas no futebol e na economia estejam paradas. Com a minha família está tudo bem, estamos isolados aqui na nossa fazenda no interior de São Paulo. Perdemos alguns amigos para a covid19 e temos de ter muito cuidado. Nos últimos tempos isolei-me bastante na nossa propriedade. Qualquer pessoa pode ser infetada e ter problemas graves, não podemos mesmo facilitar. Estamos a aguardar ansiosamente a vacinação, mas o Brasil é um país gigante e ainda vai morrer muita gente antes de estarmos todos protegidos.

MF – Está completamente afastado do futebol?
A – Não, não. Eu deixei de jogar em 2017, só com 32 anos, e durante algum tempo dediquei-me apenas à família. Temos uma propriedade grande e passo o dia a trabalhar com o nosso gado e a fazer o que é necessário no campo. Curiosamente, há pouco tempo comecei a trabalhar também como empresário e intermediário de futebolistas. Sempre quis estar no futebol e acho que tenho jeito para esta função. Pretendo estabelecer parcerias e levar atletas para Portugal também.

MF – Mantém ligação com as pessoas do seu tempo no Benfica?
A – Ainda ontem falei com o Nuno Gomes, por exemplo, uma das pessoas mais inteligentes que conheci no futebol. E ainda tenho contacto com o Rui Costa, um extraordinário ser humano. É um prazer lembrar-me que fui colega de equipa desses verdadeiros heróis do Benfica. Esses dois estavam sempre a ensinar os mais jovens, tinham uma enorme paciência.

MF – Deixou de jogar com apenas 32 anos e desde os 29 que estava em clubes pequenos do Brasil. Porquê?
A – Tive uma carreira boa e professores fantásticos. Poucos sabem, mas eu tive uma lesão gravíssima antes de começar a jogar no Benfica. Estive um ano e meio parado, muitos médicos diziam que eu nunca mais poderia voltar a um relvado. Recuperei bem e no Benfica aprendi com outros zagueiros de enorme qualidade: Luisão, Anderson, Ricardo Rocha, além dos meus outros companheiros. Tudo isso para dizer que eu passei por muito no futebol.

Alcides num jogo contra o Lille para a Champions (AP)

MF – Estava farto de ser futebolista profissional?
A – Eu comecei a jogar muito cedo. Saí de casa dos meus pais com 11 anos e aos 15 anos cheguei à Europa, para treinar no Schalke 04. Cansei-me da rotina stressante do futebol. Estar sempre fechado. Cheguei a passar três anos sem ver a minha família no Brasil. Clube, seleção, jogos, treinos, cansei-me da rotina. Depois joguei na Ucrânia quatro anos [Dnipro, 2008 a 2012] e tive de lidar com o frio e a solidão. Nessa altura valeu-me o meu melhor amigo, um português chamado Bruno, de Lisboa. Foi ter comigo e ficou lá a viver uns tempos. Cansei-me dessa vida, sinceramente.

MF - Foi muito tempo longe de casa.
A - Cansei-me de estar longe da minha mãe, dos meus filhos, e a tecnologia não era o que é hoje. Em 2014 ainda fiz outra loucura, joguei ao mesmo tempo por dois clubes no Brasil. Disputava o Paulistão pelo Ferroviária e o Campeonato Brasileiro pelo Atlético Paranaense. Estava a 200 quilómetros de casa e continuava sem ver a minha família. Era mesmo uma doideira. Tive uma vida maravilhosa no futebol, fui sempre bem remunerado, fiz grandes amizades, tive experiências luxuosas, mas fartei-me. Tinha estabilidade financeira e resolvi parar. Sinceramente, até estou bem fisicamente e ainda poderia estar a jogar, mas segui outra opção. Não queria mais stress. Apanhei também vários sustos e decidi que estava na hora de me dedicar mesmo à família.

MF – Que sustos foram esses, Alcides?
A – O Brasil não é seguro como Portugal. Aí praticamente não há violência. Aqui não é assim. É comum vermos nas notícias o rapto de alguém famoso. Os bandidos querem sequestrar para exigir dinheiro ou para ficar com um relógio valioso. Eu já fui sequestrado 18 vezes aqui no Brasil. Em 16 ocasiões foi um sequestro-relâmpago.

MF - O que significa isso, sequestro-relâmpago?
A - Os tipos apanham-te num semáforo, levam-te no teu carro, tiram-te tudo e soltam-te noutro sítio. É uma situação mais rápida. E estive duas vezes mesmo em cativeiro. Apanharam-me e levaram-me para sítios onde eu fiquei algum tempo, vendado e trancado. Fiquei 11 horas fechado, eles a quererem dinheiro, a maltratarem-me, a espancar-me. Consegui dar-lhes algum dinheiro e fui libertado, tive essa sorte, mas normalmente eles não libertam a vítima. Exploram o mais possível a família da pessoa capturada e no fim acabam por matá-la. Acabei por ter sorte. Mas roubaram-me um Rolex, brincos de diamante, correntes de ouro, perdi imensa coisa.

MF – Ficou traumatizado por essas experiências?
A – Fiquei. Não sei se em Portugal souberam, mas eu em 2012 fui detido pela polícia precisamente por andar cheio de medo no Brasil. Já tinha passado por alguns sustos e fui a uma festa com uma pistola, por segurança. Eu temia pela minha vida nessa altura. Expliquei às autoridades o que se passava e fui logo libertado. Nunca mais peguei em armas, prefiro pagar a alguns seguranças privados e manter a minha casa protegida. Sempre fui uma pessoa de boa índole, brincalhão, engraçado, e esses episódios foram assustadores. Felizmente as coisas melhoraram e hoje só contrato segurança se for fazer algum pagamento a um banco ou se tiver de fazer algum levantamento. Foram anos terríveis, mas as coisas melhoraram aqui na zona e estão mais seguras, mais tranquilas. Foram dias duros.

MF – Tudo isso aconteceu já depois de sair do Benfica?
A – Isso. Saí do Benfica no início de 2007 e depois disso fui 18 vezes sequestrado e uma vez preso. Bem, já passou, bola para a frente.

MF – Falemos então do Alcides e do Benfica. Chegou muito novo a Lisboa por empréstimo do Chelsea, correto? Nem 20 anos tinha.
A – O Benfica para mim é amor. Tenho um respeito gigante pelo clube. O Benfica foi uma mãe que me adotou, criou-me e depois soltou-me para o mundo do futebol. Eu era do Chelsea, fui emprestado ao Santos e sofri uma lesão gravíssima no joelho. Rasguei ligamentos, menisco, rótula, cartilagem, rebentei tudo. Isso foi em 2004. Eu fiz os primeiros três meses de recuperação no Brasil. Quando ainda estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, recebi a visita do presidente Luís Filipe Vieira, do meu empresário Giuliano Bertolucci e de um assessor do presidente – não me recordo do nome. Tinham um contrato de quatro anos para mim, quando eu estava lesionado e arrasado devido à lesão. Nem sabia se podia voltar a jogar e o Benfica faz isso comigo. «Temos uma ótima notícia para si, Alcides. Quando recuperar, o Benfica está à sua espera.» A partir dai tive o objetivo de respeitar e dar o máximo pelo Benfica, como se fosse um filho a defender a mãe ou o pai.

Alcides contra Sá Pinto num dérbi de 2005

MF – Portanto, o contrato era um empréstimo válido por quatro anos ou o Benfica comprou o seu passe ao Chelsea?
A – Eu fui sempre jogador do Chelsea na minha passagem pelo Benfica. Foi um empréstimo longo, mesmo. E eu queria aproveitar este momento para agradecer o trabalho do meu amigo Rodolfo Moura na minha recuperação, porque eu cheguei ao Benfica ainda muito limitado. Eu pretendo viajar daqui a alguns meses para Portugal, porque estou envolvido num projeto com a SAD do Rio Maior Sport Clube – serei embaixador da marca, a convite do meu amigo Heitor, antigo proprietário do restaurante Casa da Picanha -, e quero dar um grande abraço ao senhor Rodolfo e um beijo naquelas mãos santas. Recuperou-me e até hoje não voltei a ter problemas no joelho. Acho que até ficou melhor depois da operação (risos). O Rodolfo estava sempre em cima, muito sério, muito exigente. Eu recuperei ao lado do Pedro Mantorras, que também estava a tentar voltar nessa altura, e o Rodolfo era inexcedível. Eu cheguei ali morto, sem expetativas, e o Rodolfo foi fundamental.

MF – O Alcides chegou ao Benfica com o estatuto de campeão do mundo.
A – É verdade, em 2003. Estávamos há dez anos à espera de um título desses e eu tive a sorte de fazer parte dessa equipa. Dani Alves, Adriano, Kléber, Fernandinho, e eu lá no meio deles. Fui titular e fiz todos os 90 minutos das sete partidas que o Brasil fez. 

MF – Voltando ao Benfica. Chega lesionado e só começa a jogar em novembro de 2004.
A – Sim, com o senhor Trapattoni como treinador. Passei meses a correr à volta do relvado, depois comecei a fazer 15/20 minutos nos treinos. O Trapattoni foi um paizão. Via-me a correr, a correr, a correr e um dia virou-se e disse: «Luisão, que cosa fare com esse atleta daí? Só corre, corre.» (risos) O Luisão lá disse que eu era o Alcides, pertencia ao Chelsea e ao mesmo empresário dele, o Bertolucci, e estava a voltar aos relvados. O Luisão tinha muita moral no grupo e deu-me força, mesmo para eu jogar. Até que um dia o mister chegou ao Rodolfo e perguntou se me podia colocar no treino da equipa. E assim comecei a jogar, devagarinho. O técnico gostou muito da minha inteligência e da minha velocidade, aliás até me colocou várias vezes como lateral direito no lugar do Nelson e do Miguel, e até a lateral esquerdo quando o Léo não podia. Acho que atuei mais vezes como lateral do que como central, tive de levar com o Cristiano Ronaldo e o Wayne Rooney na Liga dos Campeões. Só saí porque o Ronald Koeman pediu ao Chelsea para me levar para o PSV. Só tenho coisas a agradecer ao Benfica. Fui muito ajudado pelo Simão, pelo Nuno Gomes, gente fantástica.

MF – Quantos anos de ligação teve ao Chelsea?
A – Nem sei bem. Foi dos meus 15/16 anos até o Dnipro comprar o meu passe ao clube. Foram muitos anos.

MF – No Benfica ainda trabalhou com o Fernando Santos?
A – Era o meu técnico quando eu saí para o PSV. Muito sério, muito exigente, naquele jeitão carrancudo. Excelente treinador e está a provar isso na seleção de Portugal. Ajudou-me bastante a evoluir em alguns aspetos e aproveito para lhe dar os parabéns por tudo o que tem feito no futebol. É uma pessoa que se preocupa muito com o lado humano do atleta, forma verdadeiras famílias. Tem facilidade em criar harmonia no grupo de trabalho e em ligar os atletas mais mediáticos aos mais humildes. No Benfica eram todos respeitados. Os que chegavam de táxi, os que chegavam de Bentley ou de Ferrari, era como se todos chegassem de autocarro. O Rui Costa é o melhor exemplo de gentleman que conheci. Tinha chegado do Milan e tratava os miúdos como se fossem iguais a ele. Orientava dentro e fora de campo. «Olha, faz assim, entrega rápido, procura não errar o passe.» O Rui era um educador. Eu acordava apaixonado todos os dias: ‘nossa, amanhã vou treinar ao lado do Rui Costa, do Nuno Gomes e do Petit’. O futebolista é um bocadinho preguiçoso, mas o Fernando não permitia isso. Ele é da mesma linha do Rodolfo Moura, ambos são muito rígidos e é assim que está certo.

MF – Como foi a festa do título de 2005?
A – Na altura não temos a real dimensão do feito. Há festa, alegria, mas acho que valorizo isso muito mais hoje em dia. O Benfica teve Eusébio, Mozer, Rui Costa. Agora eu tenho a noção de que estive dois anos e meio no clube deles. Eu participei nesse título. ‘Caramba, tenho de contar isto aos meus amigos e aos meus filhos’. No Brasil é normal cruzar-me com portugueses e ouvir ‘ei Alcides, jogaste no nosso Benfica’. É fantástico ver jogos na televisão e ver, por exemplo, o Ronald Koeman. Foi ele que me tirou do Benfica. Estive dois anos e meio muito bem em Eindhoven por culpa do senhor Koeman. São ótimas memórias, obrigado por esta conversa. Depois de um dia todo a tratar das minhas vacas e cavalos, não podia ser melhor.

OUTROS DESTINOS:

1. Adbel Ghany, as memórias do Faraó de Aveiro

2. Careca, meio Eusébio meio Pelé

3. Kiki, o rapaz das tranças que o FC Porto raptou

4. Abazaj, o albanês que não aceita jantares

5. Eskilsson, o rei leão de 88 é um ás no poker

6Baltazar, o «pichichi» desviado do Atl. Madrid

7. Emerson, nem ele acreditava que jogava aquilo tudo

8. Mapuata, o Renault 9 e «o maior escândalo de 1987»

9. Cacioli, o Lombardo que adbicou da carreira para casar por amor

10. Lula, da desconhecida Famalicão às portas da seleção portuguesa

11. Paille, a aventura estragada por Domingos antes do álcool e a prisão

12. Samuel, a eterna esperança do Benfica

13. Lars Eriksson, o guarda-redes que sabe que não deu alegrias

14. Wando, um incompreendido

15. Doriva, as memórias do pontapé canhão das Antas

16. Elói, fotos em Faro e jantares em casa de Pinto da Costa

17. Dinis, o Sandokan de Aveiro

18. Pedro Barny, do Boavistão e das camisolas esquisitas

19. Pingo, o pedido de ajuda de um campeão do FC Porto

20. Taira, da persistência no Restelo à glória em Salamanca

21. Latapy, os penáltis com a Sampdória e as desculpas a Jokanovic

22. Marco Aurélio, memórias de quando Sousa Cintra se ria do FC Porto

23. Jorge Soares e um célebre golo de Jardel

24. Ivica Kralj e uma questão oftalmológica

25. N'Kama, o bombista zairense

26. Karoglan, em Portugal por causa da guerra

27. Ronaldo e o Benfica dos vinte reforços por época

28. Tuck, um coração entre dois emblemas

29. Tueba, ia para o Sporting, jogou no Benfica e está muito gordo

30. Krpan, o croata que não fazia amigos no FC Porto

31. Walter Paz, zero minutos no FC Porto

32. Radi, dos duelos com Maradona à pacatez de Chaves

33. Nelson Bertollazzi eliminou a Fiorentina e arrasou o dragão

34. Mangonga matou o Benfica sem saber como

35. Dino Furacão tirou um título ao Benfica e foi insultado por um taxista

36. António Carlos, o único a pôr Paulinho Santos no lugar

37. Valckx e o 3-6 que o «matou»

38. Ademir Alcântara: e a paz entre Benfica e FC Porto acabou

39. Chiquinho Conde, impedido de jogar no Benfica por Samora Machel

40. Bambo, das seleções jovens a designer de moda em Leeds

41. Iliev, sonhos na Luz desfeitos por Manuel José

42. Panduru, num Benfica onde era impossível jogar bem

43. Missé Missé, transformado em egoísta no Sporting

44. Edmilson: Amunike e Dani taparam-lhe entrada num grande

45. Jamir: «Gostava de ter dado mais ao Benfica»

46. Donizete continua um «benfiquista da porra»

47. Leandro Machado: «Se fosse mais profissional...»

48. Bobó, a última aposta de Pedroto

49. Rufai, o Príncipe que não quis ser Rei

50. Mandla Zwane, a pérola de Bobby Robson

51. Vítor Paneira e os trintões que quiseram ser como ele

52. Jorge Andrade, o FC Porto foi a maior deceção da carreira

53. Amunike e uma faca apontada a Sousa Cintra

54. Caio Júnior, ás em Guimarães

55. Luisinho: «Quem sabe jogar não precisa bater»

56. Marcelo: «Autuori preferiu Pringle, mas não ficou a ganhar»

57. Zé Carlos, o homem que Artur Jorge dizia ter «bunda grande»

58. Douglas: «Sousa Cintra entrou no balneário a pedir para eu jogar»

59. Ricky, nem Eusébio lhe valeu a titularidade no Benfica

60. Geraldão: «No FC Porto era obrigatório odiar Benfica e Sporting»

61. Paulo Nunes: «No Benfica não recebia e ainda queriam multar-me»

62. King e o sonho que morreu na marginal de Carcavelos

63. Lipcsei, num FC Porto que só teve rival em 2004

64. Alex, lenda do Marítimo: «Até Baggio me pediu a camisola»

65. Amaral: «Abaixo de Deus, o Benfica!»

66. Paulo Pereira e o polémico processo de naturalização no Benfica

67. Silas e o 'chapéu' ao Ajax: «Ate esgotámos o stock de marisco»

68. Magnusson: 87 golos no Benfica e nem um ao FC Porto

69. Zahovic e um coração dividido entre FC Porto e Benfica

70. Edmilson: «Nos 5-0, até os adeptos do Benfica bateram palmas»

71. Scott Minto: «Benfica era um gigante a dormir num manicómio»

72. Paulinho Cascavel e o Moët & Chandon de Guimarães

73. Paulinho César: «Falhei de baliza aberta no Bessa e morri no Porto»

74. Pesaresi: «Eu e o Porfírio eramos os bons malucos do Benfica»

75. Preud'Homme: «Cheguei e ouvi: 'era bom mas está velho'» 

76. Butorovic, feliz quando o FC Porto ganha

77. Paredão, que em Inglaterra esteve para ser The Wall

78. Lemajic: «Nos 6-3 ainda defendi mais quatro ou cinco»

79. Esquerdinha: «Estava a mudar de roupa e entraram aos gritos: Penta!»

80. Alessandro Cambalhota: «Para Fernando Santos eu não levava nada a sério»

81. Gary Charles: «Saí do Benfica, estive preso e agora salvo vidas»

82. Vujacic: «Para haver tantos sportinguistas, tem de ser amor»

83. Rafael: «Queriam o quê, que tirasse o lugar ao Deco?»

84. Basaúla: «Qual é o mal de uma cerveja?»

85. Everton: «Um guarda-redes ou é louco ou é gay»

86. «Já disse aos amigos benfiquistas, penta é o Quinzinho»

87. Timofte: «O meu pé esquerdo era melhor do que o do Hagi»

88. Victor Quintana: «Era tosco, mas posso dizer que joguei no Porto»

89. Kostadinov: «O Domingos adorava chá, foi o tipo mais inteligente que vi»

90. Glenn Helder: «Perdi tudo no casino e no divórcio, mas a bateria salvou-me»

91. Tony Sealy: «O Damas era o Sean Connery, o 007 do Sporting»

92. Artur: «Saí do FC Porto porque stressei com o Fernando Santos»

93. Martin Pringle: «Antes de ir para o Benfica fui 'Navy Seal'»

94. Branco: «O Artur Jorge apanhou-me a imitá-lo e foi o fim do mundo»

95. Sokota: «Sou um jogador raro, fui infeliz no Benfica e no FC Porto»

96. Balakov: «Vivi ao lado da Luz e espiei muitos treinos do Benfica»

97. Drulovic: «O Robson não me convocou e disse 'não há lugar no avião'»

98. Serifo: «Fui herói em Leça, tive um enfarte e vivo do Rendimento Mínimo»

99. Edevaldo: «Joguei no genial Brasil-82 mas no FC Porto só fui feliz nas reservas»

100. O cambalacho, o gajo cool e o génio leonino: as escolhas de Rui Miguel Tovar

101. Roger Spry: «Só saí do FC Porto porque tinha o meu pai a morrer»

102. Elzo: «Preferi o Benfica ao Real Madrid só para conhecer o Eusébio»

103. Vlk: «No FC Porto chamavam-me lobo e uivavam no balneário»

104. Douala: «Jogar no Sporting foi mais difícil do que ser educador de infância»

105. Chiquinho Carioca e a «corrida do xixi» com Mozer no Bessa

106. Aílton: «Jogar no Benfica custou-me um divórcio doloroso»

107. Demol: «Sair do FC Porto foi o meu maior erro, passei a beber muito»

108. Edílson: «Entrei de pistola e o Amaral quase morria de susto»

 109. Juskowiak: «O Mourinho era o polícia mau no balneário do Sporting» 

110. Lobão: «Tive um 127 porque fui ganhar dinheiro a Portugal, não fui gastar»

111. Jorge Plácido: «Num almoço de seis horas pedi uma casa e assinei pelo Porto»

112. Ricardo Rocha: «Tive sete meses de salários em atraso no Sporting, incrível»

113. Brian Deane: «Benfiquistas viram-me à noite num bar e obrigaram-se a ir para casa»

114. Chippo: «Estava a jejuar e desmaiei no treino, o treinador do FC Porto não sabia»

115. Toni: «'Jogaste com o Rui Costa e andas aqui nas obras? Estás maluco?'»

116. Quevedo: «Em França fui lixeiro e apanhava m...., em Portugal fui campeão»

117: N'Dinga: «Estive mal, saí de Guimarães com a conta bancária a zeros»

118: Aloísio vs Ricardo Gomes: Não há FC Porto-Benfica com mais classe

119. Duílio: «O meu filho estava a morrer, prometi-lhe um golo e ele abriu os olhos»

120. Raudnei: «O técnico não me queria, mas o meu agente convenceu o presidente do Porto»

121. Duda: «Sobrevivi a uma queda de sete metros e esmaguei os nervos da cara»

122. Valdo: «O papel dizia Sport, Lisboa e Benfica. 'Ei, três clubes atrás de mim'» 

123. Paulo Assunção: «Fui rezar a Fátima e três meses depois estava no FC Porto»

124. Milovac: «O Sá Pinto era tão chato que levou uma chapada do Filipovic»

125. João Luiz: «Nunca fui duro, mas no Sporting tive de ser violento com o Maradona»

126. Moretto e Jorginho: «Num FC Porto-Benfica até 500 euros me mostraram»

127. Mário: «Fui ganhar mais dinheiro no Estrela do que ganhava no Sporting»

128. Clóvis: «Fiz dois jogos e marquei um golo no Benfica, queriam mais o quê?»

129. Clayton: «Mourinho chamou-me e perguntou: 'Queres mesmo sair do Porto?'»

Relacionados

Benfica

Mais Benfica

Patrocinados