FC Porto: o que está (mesmo) em causa

31 mar 2014, 01:15
Nacional vs FC Porto (LUSA)

Começar a próxima época em bases diferentes também passa pela forma como esta terminar

A derrota do FC Porto na Madeira, frente ao Nacional, deve ter sido um dos momentos da época azul-e-branca.

Esta foi a segunda derrota de Luís Castro em sete jogos. A equipa até melhorou, conseguiu eliminar o Nápoles e derrotar o Benfica para a Taça de Portugal. O novo treinador recuperou alguns jogadores e deu oportunidades a contratações pouco ou nada utilizadas (Reyes, Quintero, mais um pouco de Herrera), o que é sempre bom. 

Mas, perdidos estes três pontos, passou a ser comum a sensação de que a equipa de Luís Castro já não chegará ao segundo lugar, que garante o acesso direto à Liga dos Campeões. Restará ao FC Porto defender a terceira posição, que lhe permitirá conversar com alguém sobre a Champions, no play-off. Incerteza, em vez do conforto do pote 1.

Neste cenário, complicado será encontrar o onze e a motivação certos para enfrentar os cinco jogos de campeonato que faltam.

O FC Porto terá de olhar agora para a Taça de Portugal, provavelmente também para a Taça da Liga e seguramente para os dois jogos com o Sevilha, para a Liga Europa. Face à importância destas competições, o campeonato surgirá como um inconveniente cumprir de calendário.

Se o campeonato já pouca história promete, será extremamente perigoso não encontrar a atitude certa. Três das partidas serão no Dragão e nas bancadas estarão milhares de adeptos frustrados por uma época que não julgavam possível. Dar-lhes razões para assobiar acentuará o lado negro da temporada.

Neste momento a quinze pontos do Benfica ( há quanto tempo isto não sucedia...), uma distância que ninguém conseguiria prever no arranque da época, os responsáveis portistas sabem que quanto mais longe do rival terminarem mais será posto em causa.

O que está em jogo é sério: o FC Porto pode ser apenas terceiro e por isso não contar com os milhões da Liga dos Campeões garantidos logo em maio. A confirmar-se, a época terá de ser preparada de forma muito diferente do passado. Com menos certezas sobre as receitas e maior atenção nos custos com pessoal. 

Se a isto se juntar a sensação de que depois de uma tão má presença na Champions e na Liga é necessária uma revisão profunda do plantel, estará erguido o maior desafio à SAD portista nas últimas épocas. Também por isto, Luís Castro precisa de conseguir motivar o grupo até ao final da época. Uma tarefa, convenhamos, difícil.

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