Várias figuras britânicas, incluindo David Cameron, na nova lista negra da Rússia

Agência Lusa , CV
1 ago 2022, 19:17
David Cameron deixa o n.º 10 da Downing Street

Segundo o ministro dos negócios estrangeiro russo, as personalidades britânicas foram colocadas na lista por apoiar a trajetória hostil de Londres, centrada em demonizar a Rússia e procurar o seu isolamento internacional

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo anunciou esta segunda-feira uma nova lista de sanções contra o Reino Unido, que inclui 39 políticos, empresários e jornalistas relacionados com a “trajetória hostil de Londres” contra Moscovo.

“Tendo em conta a aplicação continuada de sanções por parte do Reino Unido contra representantes dos círculos políticos e sociais, operadores económicos e meios de comunicação social russos, tomou-se a decisão de incluir na 'lista negra' russa uma série de políticos, empresários e jornalistas britânicos”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Entre os sancionados, encontra-se o ex-primeiro-ministro britânico David Cameron, além de deputados, ministros e vice-ministros, empresários, representantes da Câmara do Comércio, jornalistas e ‘pivots’ da imprensa britânica.

“[As pessoas sancionadas] apoiam a trajetória hostil de Londres, centrada em demonizar o nosso país e procurar o seu isolamento internacional”, indicou o ministro dos negócios estrangeiros russo.

“Como sublinhámos em diversas ocasiões, as ações fatais do Reino Unido com o fim de implantar a russofobia, difundir informações falsas sobre o nosso país e apoiar o regime neonazi de Kiev contarão com uma resposta adequada e decidida do lado russo”, sustentou a entidade diplomática russa.

Moscovo indicou que “a opção em favor do confronto é uma decisão consciente do ‘establishment’ político britânico, que tem a total responsabilidade das consequências”.

Esta não é a primeira extensão da 'lista negra', já que em meados de junho Moscovo nela incluiu outros 29 jornalistas e diretores de órgãos de comunicação social britânicos pela sua atitude em relação à “operação militar especial” russa na Ucrânia.

Em meados de maio, a Rússia proibiu a entrada no país do então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e de mais 12 altos responsáveis, entre os quais nove membros do seu Governo.

Moscovo sancionou ainda 154 membros da Câmara dos Lordes (câmara alta do parlamento britânico), entre os quais o respetivo presidente, John McFall, em resposta à inclusão de quase todo o Senado russo numa lista negra do Reino Unido.

Em finais de março, a Rússia sancionou 287 deputados da Câmara dos Comuns em resposta à decisão de Londres de impor sanções a 386 deputados da Duma russa.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de cerca de 16 milhões de pessoas de suas casas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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