Darwin passa da teoria à prática
À frente um perigo chamado Darwin, atrás um 'mar' de contradições. O Benfica entrou na Liga Europa com um triunfo e uma aflição pouco condizente com a ambição declarada na véspera e inesperada para quem se pôs tão cedo em vantagem.
Pouco havia no jogo quando Pizzi fez o 1-0, mas havia mais Benfica apesar de alguns sinais do Lech Poznan. Os encarnados tinham mais posse de bola e até chegavam com relativa facilidade à área adversária, por isso, quando Waldschmidt entrou nela e a bola encontrou a mão de Dejewski, não houve grande admiração.
Aos nove minutos, Pizzi saltava para bater o penálti e as águias saltavam para a frente do marcador. Até que os sinais dados pelo Lech Poznan se transformaram em golo. Antes disso, porém, algumas notas: Taarabt voltou ao onze e Pizzi passou para a direita para o lugar de Rafa. O marroquino tem uma imaginação sem limites. O reverso da medalha em Poznan foi aquilo que não ofereceu em termos defensivos. O 1-1 de Ishak deixou a linha de trás sinalizada, mas a pressão encarnada não foi idêntica a jogos anteriores e os polacos souberam sair dela bastante bem.
Assim, Ishak aproveitou uma correria de Czerwinski pela direita para pôr às claras as fragilidades das águias. O aproveitamento das alas e a rapidez imposta nos ataques após recuperação da posse catapultaram o Lech Poznan para o jogo. A bola à trave de Moder, na sequência de uma bola parada, dizia que o Benfica não ia ter um jogo descansado.
Essa ideia podia ter voltado a instalar-se quando Darwin Nuñez se estreou a marcar. E agora, umas linhas para esse golo. Gilberto cruzou, mas a capacidade física do uruguaio fez a diferença. Um salto enorme e uma cabeçada potente levaram o universo encarnado a pensar que a segunda parte iria ser, seguramente, diferente de uma primeira que só foi feliz no capítulo ofensivo.
Darwin, o homem do jogo
A expectativa era que Jesus corrigisse ao intervalo e o Benfica iria ser dominador e seguro no segundo tempo. Mas a maior notícia da troca de Pizzi por Rafa foi mesmo a braçadeira de capitão no braço de Otamendi.
Os equívocos defensivos acumuluvam-se a a linha recuada era batida com incursões polacas, algumas delas simples como a tabela de Tiba e Kiminksi que originou o 2-2. Ishak bisou numa recarga e preparava-se para ser figura.
Na Luz, porém, existe um prospeto bastante interessante. A energia que Darwin Nuñez coloca em campo é visível e, nesta quinta-feira, houve um primeiro vislumbre de tudo o que pode ser o uruguaio. Forte, rápido, precisa de aprimorar técnica para que os números desta noite se tornem regulares.
Darwin fez o 3-2 com um trabalho de classe na área e rematou o jogo ao encostar de cabeça para o 4-2 que, na compensação, descansou por fim um ambicioso Benfica que terminou com Jardel, Otamendi e Vertonghen atrás, já depois de Jesus ter andando a equilibrar a equipa com as substituições que fez no sgeundo tempo.
O Benfica percebeu da melhor maneira, com um triunfo, que não basta dizer que é candidato à Liga Europa. É preciso parecê-lo. Darwin esteve nessas duas ideias nesta noite, o coletivo encarnado ainda não.