Explosões atingem zona de base aérea russa na Crimeia. Rússia fala em acidente, Ucrânia reage com ironia

CNN Portugal , HCL
9 ago 2022, 22:40

Ministério da Defesa russo fala em detonação de munições, mas oficiais de Kiev sugerem nova fase da guerra. "Futuro da Crimeia é ser uma pérola do Mar Negro, não uma base militar para terroristas", diz conselheiro de Zelensky

Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas numa série de grandes explosões que abalaram a área de uma base aérea militar russa na península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, segundo avançam as autoridades locais. As imagens do local, reveladas pela CNN Internacional, mostram grandes nuvens de fumo no ar. 

Segundo um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia, as explosões foram consequência de uma detonação de munições. "Por volta das 15:20, várias munições de aviação detonaram no território do aeródromo Saki perto da região de Novofedorivka", de acordo com a nota publicada esta terça-feira.

Kоnstantin Skorupsky, ministro da Saúde da República da Crimeia, afirmou que nove pessoas ficaram feridas, entre elas duas crianças, na sequência das explosões. Não é claro se a pessoa que morreu se encontrava entre as anteriormente comunicadas como feridas. Ambulâncias e um helicóptero de transporte médico foram enviadas para o local das explosões.

Numa declaração publicada no seu canal de Telegram ao final da tarde, Kryuchkov disse que cerca de 30 pessoas, que viviam nas proximidades, foram retiradas das suas casas após as explosões, sublinhando que foi instalado um perímetro de segurança à volta do local do incidente.

Paralelamente, Sergey Aksenov, líder da República da Crimeia, disse que foi ao local e que “as circunstâncias estão a ser esclarecidas"."Foram tomadas medidas para estabelecer um perímetro de cordão numa zona de cinco quilómetros: vedações, equipas de polícia de trânsito e patrulhas a pé, a fim de evitar ferimentos aos residentes locais", acrescentou.

Já os oficiais ucranianos foram mais lentos a comentar o incidente mas, no início da noite, um conselheiro do presidente ucraniano, Mikhail Podolyak, sugeriu que os ataques poderiam anunciar uma nova fase do conflito. Podolyak disse que o objectivo a longo prazo de Kiev era "a desmilitarização da Federação Russa", acrescentando que o "futuro da Crimeia é ser uma pérola do Mar Negro, um parque nacional com natureza única e um resort mundial. Não uma base militar para terroristas". "É apenas o começo".

Por outro lado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky não mencionou diretamente as explosões durante o seu discurso diário, mas garantiu que é justificado que as pessoas estejam a prestar atenção à Crimeia. “Nós nunca vamos desistir… o Mar Negro nunca será seguro enquanto a Crimeia estiver ocupada”, garantiu.

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse que não podia determinar a causa das explosões, mas acrescentou, ironicamente, que as pessoas deveriam ter em conta as regras de segurança contra incêndios e "a proibição de fumar em locais não especificados". As explosões, no total 12, segundo a agência Reuters, ocorreram poucas horas depois de os militares ucranianos terem efetuado o que parecia ter sido o seu ataque mais profundo às regiões russas ocupadas no sul da Ucrânia, perto da península da Crimeia.

Serhii Khlan, conselheiro do chefe da Administração Militar Civil de Kherson, disse na televisão ucraniana na terça-feira, que durante a manhã “houve uma boa notícia, houve uma detonação muito poderosa na região de Henichesk". Henichesk encontra-se na região sul de Kherson e a cerca de 200 quilómetros (125 milhas) da linha da frente ucraniana mais próxima.

Khlan sugeriu que o alvo era a linha férrea entre Henichesk e Melitopol. "Ainda estamos à espera da confirmação oficial das nossas Forças Armadas, por parte do Estado-Maior General, mas é uma notícia muito agradável. A detonação foi ouvida durante 1 a 2 horas nesta estação ferroviária, que liga a Crimea a Melitopol", disse Serhii Khlan.

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