Depois dos balões com lixo Coreia do Norte volta a lançar mísseis balísticos de curto alcance para o mar do Japão

Agência Lusa , PP
30 mai, 08:53
Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un  (Korean Central News Agency/Korea News Service via AP)

"Os mísseis foram lançados da zona de Sunan, em Pyongyang, às 06:14 locais (22:14 de quarta-feira em Lisboa) e voaram cerca de 350 quilómetros antes de caírem no Mar do Japão"

A Coreia do Norte lançou hoje uma dezena de mísseis balísticos para o mar do Japão, um dia depois de enviar centenas de balões com lixo para o Sul, segundo fontes oficiais sul-coreanas.

"Os mísseis foram lançados da zona de Sunan, em Pyongyang, às 06:14 locais (22:14 de quarta-feira em Lisboa) e voaram cerca de 350 quilómetros antes de caírem no Mar do Japão", declarou em comunicado o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

As forças armadas sul-coreanas condenaram "a provocação” norte-coreana e afirmaram que “intensificaram a vigilância de lançamentos adicionais, ao mesmo tempo que partilham informações com as autoridades norte-americanas e japonesas”.

O Ministério da Defesa japonês afirmou que um dos projéteis terá caído por volta das 06:21 locais (22:21 de quarta-feira em Lisboa) no mar do Japão, ao que tudo indica fora da zona económica exclusiva do país.

“Até agora não foram confirmados quaisquer danos, embora eu tenha dado instruções para efetuarmos todas as verificações de segurança necessárias”, disse hoje o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa conferência de imprensa.

Kishida condenou o lançamento e afirmou que este violou as resoluções do Conselho das Nações Unidas, acrescentando que o protesto do Japão já foi enviado através dos canais diplomáticos.

“Continuaremos a envidar esforços para recolher informações e a manter a vigilância, além de que tenciono também trabalhar em estreita colaboração com os Estados Unidos e a Coreia do Sul”, acrescentou.

Os testes de hoje ocorreram um dia depois de a Coreia do Norte ter enviado mais de 200 balões cheios de lixo, papel higiénico e fezes de animais para o país vizinho do Sul, segundo vários meios de comunicação social.

A operação foi confirmada por Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un e uma das principais porta-vozes do regime, que mencionou de forma sarcástica à reação das autoridades de Seul.

"Tentámos algo que eles sempre fizeram, mas não entendo por que motivo estão a fazer tanto barulho, como se fossem vítimas de uma saraivada de balas", destacou Kim Yo-jong, citada num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana KNCA.

Desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou num armistício e não num tratado de paz, o Norte e o Sul permanecem tecnicamente em guerra e estão separados por uma fronteira fortemente fortificada, incluindo a zona desmilitarizada.

Ativistas sul-coreanos lançam por vezes balões que contêm folhetos de propaganda contra o poder norte-coreano e dinheiro destinado às pessoas que vivem a norte da fronteira.

Estes lançamentos há muito que despertam irritação em Pyongyang, possivelmente por temer que um influxo de informação externa, numa sociedade fortemente controlada, possa representar uma ameaça para o regime.

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