Além de exercícios de posto de comando, com simulações criadas por computadores, o plano inclui manobras terrestres em terra, mar e ar
Os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos iniciaram esta segunda-feira os primeiros grandes exercícios militares conjuntos desde janeiro, quando Pyongyang abandonou um acordo de 2018 com Seul para evitar incidentes armados na fronteira.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS, na sigla em inglês) anunciou o início dos exercícios bianuais, chamados de “Escudo da Liberdade”, que vão durar até 14 de março.
O JCS disse que as manobras se baseiam “em cenários que refletem diversas ameaças no ambiente de segurança e nas lições aprendidas nas guerras e conflitos recentes”, e incluem exercícios para "combater as operações nucleares da Coreia do Norte", de acordo com um comunicado.
Além de exercícios de posto de comando, com simulações criadas por computadores, o plano inclui manobras terrestres em terra, mar e ar.
Na semana passada, os militares sul-coreanos disseram que o “Escudo da Liberdade” vai incluir 48 exercícios de campo, o dobro do realizado no ano passado, com exercícios de tiro real, bombardeamentos, assalto aéreo e interceção de mísseis.
Esta edição vai contar com a participação de elementos de 11 países: Austrália, Bélgica, Canadá, Colômbia, França, Reino Unido, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Filipinas e Tailândia.
Todos estes países fazem parte da coligação internacional, sob a égide da ONU e liderada pelos EUA, que defendeu a Coreia do Sul da invasão por parte do Norte, que deu início à Guerra da Coreia (1950-53).
Em janeiro, a Coreia do Norte, que frequentemente acusa os aliados de usarem estes exercícios como um ensaio para invadir o território norte-coreano, anunciou que ia abandonar um tratado militar assinado em 2018 com o Sul para reduzir a tensão nas fronteiras.
O líder do regime de Pyongyang, Kim Jong-un afirmou, na altura, que a península coreana está “cada vez mais perto de um conflito armado" e mais tarde ordenou a retirada de símbolos de reconciliação com a Coreia do Sul, apelidada de “inimigo principal invariável” e “fantoche de primeira classe”.
A Coreia do Norte tem reforçado as relações com a Rússia, designadamente com a deslocação a solo russo, em setembro passado, de Kim Jong-un para um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Posteriormente, Seul e Washington afirmaram que Pyongyang tinha enviado armas para a Rússia usar na Ucrânia, violando várias resoluções da ONU.
Desde que chegou ao poder em 2022, o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, reforçou a cooperação na defesa com os EUA e o Japão, sobretudo através de manobras conjuntas alargadas, para contrariar as ameaças crescentes de Pyongyang.
A Coreia do Norte conduziu, desde o início de 2022, mais de 100 testes de mísseis para modernizar o arsenal, numa altura em que as negociações com os Estados Unidos e a Coreia do Sul estão há muito paralisadas.