Orbán saiu da sala para permitir acordo: UE decide abrir negociações para a adesão da Ucrânia

14 dez 2023, 17:39

“A União Europeia está a preparar-se para cometer um erro terrível e temos de o evitar, mesmo que 26 Estados-membros queiram cometer o erro”, afirmou Orbán quarta-feira. Um dia depois, e apesar de manter a sua oposição, deixou passar o acordo

Os líderes europeus decidiram abrir negociações para a adesão com Ucrânia e Moldova à União Europeia, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que fala num “sinal claro de esperança” para estes países. Numa publicação na rede social X, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já reagiu à notícia classificando a decisão como "uma vitória para a Ucrânia" que "motiva, inspira e fortalece".

"O Conselho Europeu decidiu iniciar as negociações com a Ucrânia e a Moldova, agradeço a todos os que trabalham para que isto acontecesse e todos os que ajudaram. Hoje felicito cada ucraniano", escreveu Volodymyr Zelensky na rede social X, instantes depois de o presidente do Conselho, Charles Michel, anunciar a decisão.

O presidente do Conselho Europeu anunciou também que o estatuto de candidato foi concedido à Geórgia e a União Europeia vai abrir negociações com a Bósnia Herzegovina assim que estejam cumpridos os requisitos necessários.

A decisão acontece depois de o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, ter optado por sair da sala durante o debate para permitir um acordo, noticia a agência Reuters. Recorde-se que, antes da reunião entre os 27 estados-membros esta quinta-feira, a decisão de abrir as negociações formais para a adesão da Ucrânia na União Europeia estavam presas pela decisão da Hungria. O primeiro-ministro húngaro, Vikton Orbán, considerava a adesão da Ucrânia à EU “um erro terrível” que devia ser evitado, apelando para que o tema fosse retirado da agenda.

Num vídeo publicado no Facebook, Viktor Orbán reiterou a sua posição de que a Ucrânia não está pronta para inicial negociações de adesão à União Europeia. "A Hungria não está a modificar a sua posição", disse, acrescentando que os outros 26 estados-membros insistiram em dar o passo para abrir as negociações com Kiev e, como resultado, a Hungria decidiu que os 26 podem seguir o seu próprio caminho enquanto este país se mantém longe da decisão".

“A União Europeia está a preparar-se para cometer um erro terrível e temos de o evitar, mesmo que 26 Estados-membros queiram cometer o erro”, afirmou Orbán numa entrevista ao canal Mandiner transmitida esta quarta-feira.

Para fazer Orbán mudar de posição, a Comissão Europeia desbloqueou 10 mil milhões de euros em fundos de coesão para a Hungria, quase um ano depois de o dinheiro ter sido congelado devido ao facto de o país continuar a ter problemas com o Estado de direito. Este dinheiro será pago em parcelas, com base nos projetos apresentados pelo governo húngaro.

A decisão faz parte do pacote de apoio proposto pela UE para a Ucrânia que está a ser discutido na cimeira dos líderes europeus em Bruxelas, juntamente com um fundo de 50 mil milhões de euros para quatro anos, proveniente do orçamento partilhado do bloco, que ainda não foi acordado. São 33 mil milhões de euros em empréstimos e 17 mil milhões em bolsas para manter o governo de Kiev a funcionar até 2027. Esta revisão do orçamento comunitário obriga a uma aprovação unânime por parte de todos os Estados-membro.

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