“Não há outras alternativas para remover a elite de Putin do poder” a não ser conduzir a Rússia à derrota militar

Agência Lusa , DCT
17 fev, 14:40
Mykhailo Podolyak (Associated Press)

Segundo o conselheiro de Zelensky, a morte do destacado opositor russo, que provocou amplos protestos nos países ocidentais e pequenas concentrações na Rússia, entretanto reprimidas, “não afetarão o país” nem serão protestos capazes de alterar o regime.

O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak considera que a morte do opositor russo Alexei Navalny não provocará por si alterações no regime do país e que só uma derrota militar da Rússia poderá derrubar o Presidente Vladimir Putin.

Em entrevista à agência Lusa, o assessor do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a morte de Navalany, na sexta-feira quando cumpria pena de prisão, foi “um assassínio político de um opositor essencial na alternativa a Putin” e demonstra “a impunidade no plano interno e externo” do líder do Kremlin.

“Por outras palavras, ele [Putin] está a travar uma guerra em grande escala contra a Ucrânia no plano externo, sangrando a Ucrânia, e também está a começar a sangrar o espaço interno, matando opositores importantes e demonstrando assim que é impune. Não há como influenciar isso”, afirmou Podolyak na entrevista à Lusa, que será divulgada na íntegra no domingo.

Segundo o conselheiro de Zelensky, a morte do destacado opositor russo, que provocou amplos protestos nos países ocidentais e pequenas concentrações na Rússia, entretanto reprimidas, “não afetarão o país” nem serão protestos capazes de alterar o regime.

A chave da mudança “só pode existir em estado de guerra, independentemente de onde travar esta guerra”, advertiu Podolyak, “e, assim, para acabar com tudo isto, é preciso infligir derrotas militares táticas à Rússia ao longo da linha da frente”, o que trará “um problema fundamental para Putin” também internamente.

“Os nossos parceiros precisam de compreender que a Federação Russa não é um Estado que possa fazer quaisquer acordos, que siga quaisquer regras”, disse o conselheiro ucraniano, frisando que o destino de Alexei Navalny é uma prova de que “a Federação Russa abandonou agora completamente o seu disfarce” na forma como aborda a invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, e como lida com as diferenças no seu país.

Deste modo, o assessor de Zelensky insistiu que “não há outras alternativas para remover a elite de Putin do poder” a não ser conduzir a Rússia à derrota militar “e o assassínio de Navalny enfatiza isso da forma mais eloquente possível”.

Na sexta-feira, o chefe de Estado ucraniano, Volodomyr Zelensky, disse ser óbvio que Navalny “foi morto como milhares de outros que foram torturados até à morte” e defendeu que Putin “deve responder pelos seus crimes”.

O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na sexta-feira na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.

Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos sob “regime especial” e, de acordo com aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

A equipa de Alexei Navalny responsabilizou o Presidente russo pela morte do opositor e exigiu que o corpo seja entregue à família imediatamente, após a mãe do militante ser formalmente informada da sua morte na prisão.

Liudmila Naválnaya disse que se encontrou com o filho em 12 de fevereiro e que, nessa altura, “estava saudável e contente por estar vivo".

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