César Boaventura condenado a 3 anos e 4 meses de prisão por crimes de corrupção

14 fev, 16:10
Boaventura suspeito de burla: mais de meio milhão de euros em causa

Empresário ligado ao mundo do futebol foi acusado de tentar aliciar jogadores do Rio Ave e Marítimo para facilitarem nos jogos contra o Benfica, na temporada de 2015/16

César Boaventura foi condenado esta quarta-feira pelo Tribunal de Matosinhos a uma pena suspensa de 3 anos e 4 meses de prisão por 3 crimes corrupção ativa na forma consumada no desporto. O tribunal impôs ainda uma pena acessória de proibição de ser agente desportivo por 2 anos e a pagar 30 mil euros a instituições solidárias ou desportivas.

Boaventura foi também absolvido do crime de corrupção forma tentada, não se tendo provado que tentou também corromper o Guarda Redes do Marítimo, Romain Salin.

O empresário foi acusado de quatro crimes de corrupção por, alegadamente, ter tentado aliciar jogadores do Rio Ave e Marítimo para facilitarem nos jogos contra o Benfica, na temporada de 2015/16.

O tribunal considerou provado que Boaventura abordou 3 jogadores para prejudicar um clube e falsear uma competição desportiva. "A intenção era mesmo convencê-los a praticar atos para falsear o jogo com o Benfica", afirmou o juiz esta quarta-feira, sublinhando que "o arguido prometeu a jogadores vantagens ilegítimas para praticar atos ilegais".

Por outro lado, não se provou que os jogadores tivessem alterado ou influenciado o resultado do jogo Rio Ave/Benfica. Igualmente, não ficou provado que o dinheiro utilizado para os atos corruptivos tenha vindo de Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica.

Defesa vai recorrer

César Boaventura não marcou presença na leitura do acórdão, na tarde desta quarta-feira, no tribunal de Matosinhos, por motivos de doença, mas no final da sessão o seu advogado confirmou que irá recorrer da sentença para uma instância superior.

"Há uma coisa indiscutível, as três testemunhas que vieram prestar depoimento fizeram-no de forma contraditória. A questão que se pode colocar é se essas contradições são, ou não, suficientes para por em causa a credibilidade desses depoimentos. O Tribunal teve fé no depoimento dessas pessoas, vamos ver se um tribunal superior também continua a ter essa fé", disse Carlos Melo Alves.

O advogado partilhou que César Boaventura "não reagiu bem a essa decisão, porque esperava uma outra", mas considerou que o processo "está apenas a metade".

"Acreditamos na Justiça. O tribunal entendeu que ele tinha de ser condenado por três crimes, mas nós temos agora 30 dias para interpor um recurso e vamos fazê-lo e por à consideração de um tribunal superior toda a nossa argumentação exposta, e talvez mais alguma", disse Carlos Melo Alves.

Sobre a pena acessória, que impede César Boaventura de ter atividade como agente de jogadores durante dois anos, o advogado disse que a mesma também será alvo de recurso.

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