Aprecia o cheiro a carro novo? Olhe que não faz bem à saúde

CNN Portugal , DCT
16 abr 2023, 19:00
Carro novo (Pexels)

Num carro novo é possível encontrar 20 compostos orgânicos voláteis comuns

Quando se compra um carro novo são poucos - ou nenhuns - os defeitos colocados: tudo parece imaculado, imune ao caos, totalmente seguro. Mas a verdade é que um carro novo não traz apenas um cheiro característico - pode trazer um cenário que não é amigo da saúde (e que é resultado desse mesmo cheiro).

Diz um recente estudo do Instituto de Tecnologia de Pequim e da Universidade de Harvard, publicado na revista Cell Reports Physical Science, que num carro novo é possível encontrar 20 compostos orgânicos voláteis comuns, sendo que dois deles se encontram em níveis acima do recomendado: formaldeído e acetaldeído, 34,9% e 60,5% acima da taxa padrão, respetivamente. E isso pode aumentar o risco de cancro.

“Estimamos o ILCR [sigla inglesa para risco incremental de cancro ao longo da vida] para motoristas e passageiros expostos a formaldeído, acetaldeído e benzeno por meio das três vias de exposição (inalação, ingestão e absorção dérmica) e constatamos que há alto risco para a saúde dos motoristas”, lê-se no estudo.

O formaldeído, que é um carcinógeno de classe I, pode estar mais de um terço acima do limite de 100 microgramas por metro cúbico num carro novo, apresentando uma concentração que pode chegar aos 223,5 microgramas por metro cúbico.

No caso do acetaldeído, também associado ao cancro, e sendo um carcinógeno de classe II, a concentração pode ser de 149 microgramas por metro cúbico. O benzeno, que também é um carcinógeno de classe I, apresenta uma concentração menor, mas, mesmo assim, potencialmente perigoso para motoristas.

Para o estudo, os cientistas analisaram durante 12 dias (de 21 de julho a 1 de agosto de 2022) o interior de um carro novo sob condições ambientais variáveis e foi perante temperaturas mais altas que os níveis dos compostos orgânicos voláteis se mostraram mais elevados. Os cientistas dizem ainda que os vidros de proteção ultravioleta ou de isolamento podem ajudar a atenuar a temperatura interior do carro e, por consequência, a concentração destes compostos orgânicos voláteis comuns.

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