Macron e Johnson prometem medidas contra travessias ilegais na Mancha após naufrágio

Agência Lusa , BMA
24 nov 2021, 22:18
Franceses e britânicos em choque com maior tragédia migratória de sempre no Canal da Mancha

Mais de 30 migrantes morreram a atravessar o canal entre França e Reino Unido, naquela que foi a maior tragédia de sempre naquele braço de marreis

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeram, nesta quarta-feira, novas medidas para travar as travessias ilegais no Canal da Mancha, após um naufrágio em que terão morrido mais de 30 migrantes.

Dizendo-se "chocado, revoltado e profundamente triste", Boris Johnson afirmou que o governo britânico tem tido "dificuldade em persuadir alguns parceiros, especialmente os franceses, a agirem à altura da situação".

"Mas entendo as dificuldades que todos os países estão a enfrentar", disse Boris Johnson, após uma reunião de crise em Downing Street.

"O que queremos agora é fazer mais, juntos. É isso que estamos a propor”, acrescentou, referindo-se à cooperação com o governo francês.

Este desastre destaca o quão perigoso é cruzar o Canal da Mancha desta forma. Também mostra como é vital intensificar os nossos esforços para quebrar o modelo de negócio dos contrabandistas que enviam pessoas para o mar dessa forma", acusou Boris Johnson.

“Digo aos nossos parceiros do Canal que chegou o momento de todos nos mobilizarmos, trabalharmos juntos para fazer tudo o que for possível para acabar com esta situação”, acrescentou o líder britânico.

Já Emmanuel Macron garantiu que a França não permitirá que o Canal da Mancha “se torne num cemitério”.

O chefe de Estado francês pediu "o reforço imediato dos recursos da agência Frontex nas fronteiras externas da União Europeia” e apelou também a "uma reunião de emergência dos ministros europeus com a pasta do desafio da migração".

Um desaparecido e quatro detidos

Mais de 30 migrantes morreram hoje a tentar atravessar o Canal da Mancha, na sequência do naufrágio de uma embarcação ao largo de Calais, revelou o ministro do Interior francês.

Gerald Darmanin explicou que estariam 34 pessoas a bordo da embarcação e que as autoridades encontraram 31 corpos e resgataram dois sobreviventes.

Uma pessoa continua ainda desaparecida e as equipas de salvamento inglesas e francesas prosseguem as operações de busca.

Quatro pessoas suspeitas de tráfico e de estarem “diretamente ligadas” ao naufrágio foram, entretanto, detidas, revelou ainda o governante.

“Os principais responsáveis por esta situação desprezível são contrabandistas”, apontou Darmanin, citado pela agência AFP, que apelou, também, a uma “resposta internacional coordenada” a esta tragédia “que afeta todos”.

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