Edifício custou 252 milhões de euros em 2010 numa altura em que o banco precisava de dinheiro.
A Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos acusa o Governo e a administração do banco público de falta de transparência. Em causa a mudança, já este ano, de vários ministérios para a sede da CGD na Avenida João XXI, em Lisboa.
Os funcionários nada sabem apesar de irem conviver com o executivo e serem, na prática, os futuros 'senhorios' pois o Edifício Sede pertence ao seu fundo de pensões.
A compra aconteceu em 2010 numa altura de crise nos bancos. Para ganhar liquidez a CGD vendeu a sede ao Fundo de Pensões do Pessoal da própria Caixa por 252 milhões de euros, conseguindo uma mais-valia de 103,7 milhões de euros.
É, aliás, com um sorriso que o presidente do Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos admite que na prática vão ser os 'senhorios' do Governo.
Apesar da falta de informação sobre a chegada do Governo, Pedro Messias explica que acreditam que estarão a ser acautelados os interesses do fundo de pensões e por consequência o interesse dos trabalhadores e dos pensionistas.
Menos satisfeita está a Comissão de Trabalhadores que acusa o Governo e a administração da CGD de falta de transparência neste processo, sem qualquer fundamentação dos porquês da mudança nem o respetivo calendário.
Os funcionários do banco não receiam a vizinhança de ministros, secretários de Estado e gabinetes governamentais, mas temem ser retirados, por completo, a médio-longo prazo, do edifício localizado perto do Campo Pequeno.
O coordenador da Comissão de Trabalhadores, Jorge Canadelo, detalha que já pediram audiências ao Governo e ao Presidente da República sobre a situação da Caixa Geral de Depósitos e da sua sede, defendendo que "há condições para trabalharem em conjunto e de cada um fazer o seu papel", em paralelo, no enorme Edifício Sede da CGD.