O engano deliberado ao parlamento e o “grave ato de desrespeito” de Boris Johnson: as conclusões do relatório sobre o caso Partygate

CNN Portugal , ARC, notícia atualizada às 12:00
15 jun 2023, 11:15
Boris Johnson (AP Photo)

Comissão de inquérito acusou Boris Johnson de enganar deliberadamente o parlamento no caso Partygate - mais do que uma vez. O ex-primeiro-ministro garante que as conclusões distorcem a verdade e são o “o último golpe a um assassínio político prolongado”

Boris Johnson enganou deliberada e repetidamente o parlamento inglês nas várias declarações que fez sobre o caso Partygate, diz o relatório da comissão de inquérito, publicado esta manhã. Ao fazê-lo, o ex-primeiro-ministro “cometeu um ato grave de desrespeito”, “sem precedentes”.

No documento, pode ler-se ainda que Boris Johnson foi cúmplice numa campanha de abuso e de tentativa de intimidação da comissão. Na terça-feira, o ex-primeiro-ministro britânico tinha rejeitado as conclusões do documento: “A Comissão dos Privilégios deve publicar o seu relatório e deixar que o mundo julgue o seu disparate”.

A comissão concluiu ainda que Boris Johnson, que renunciou ao cargo de deputado na sexta-feira, dia 9 de junho, enfrentaria uma suspensão de 90 dias se ainda fosse deputado. E recomenda: Boris Johnson não deve ter direito a um passe de antigo deputado do parlamento. Acusado de mentir e de recusar o “convite” para “reconsiderar” a veracidade das suas afirmações, a gravidade da conduta do ex-primeiro-ministro é acentuada por se tratar do “mais alto membro do governo”.

Boris Johnson estava a ser investigado sobre a violação das regras da Covid-19 durante a pandemia em Downing Street, onde o ex-primeiro-ministro britânico ia para o que dizia serem “reuniões de trabalho legais”, que cumpriam as orientações sanitárias.

O parlamento inglês vai debater o veredicto da comissão na próxima segunda-feira, dia 19 de junho, anunciou a líder da Câmara dos Comuns, Penny Mordaut.

A reação de Boris Johnson

Já esta quinta-feira de manhã, o ex-primeiro-ministro britânico criticou o relatório sobre o caso Partygate. Boris Johnson fala numa “charada”, que “distorceu a verdade” dos acontecimentos no número 10 de Downing Street.

O documento é “o último golpe a um assassínio político prolongado”, diz Boris Johnson, que acusa a comissão de funcionar de “forma anti-democrática”. O ex-primeiro-ministro britânico acrescenta que a publicação desta manhã representa “um dia terrível para os deputados e para a democracia”.

"É ao povo deste país que compete decidir quem tem assento no Parlamento, não a Harriet Harman", termina o político investigado, referindo-se à líder da comissão.
 

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