Julgamento de Vale e Azevedo: Álvaro Braga Júnior viu fotocópias dos cheques

22 fev 2002, 14:25

Da transferência de Ovchinnikov Álvaro Braga Júnior disse ter visto as fotocópias dos cheques nos arquivos do clube.

«Vi as fotocópias dos cheques nos arquivos», disse Álvaro Braga Júnior, sobre os cheques da transferência do guarda-redes Ovchinnikov. O ex-director executivo do departamento futebol contradisse-se sobre essa questão, mas acabou por lembrar que na altura do negócio ainda não estava no clube e que foi aos arquivos para «investigar as ligações entre Paulo Barbosa e o Benfica». Esta sexta-feira é marcada pela 15ª audiência do julgamento de Vale e Azevedo. A sessão foi a primeira da defesa, estando prevista a audição de 12 testemunhas. Esta manhã foram ouvidas duas: Álvaro Braga Júnior e Glenn Cooper. A audiência prossegue à tarde.

Contrariando declarações de antigos membros da direcção, Álvaro Braga Júnior disse que nunca teve «dificuldades em ver qualquer documento que precisasse». Sobre David Fordham: «O nome não me era desconhecido. Sei que tinha ligação com Steve Archibald. Ouvi o nome dele várias vezes e suponho que estaria ligado à direcção ou ao presidente.»

João Carrola, juiz assistente, resolveu intervir e perguntou a Álvaro Braga Júnior se não era estranho que no contrato de rescisão surgisse uma assinatura de um director do Alverca. O ex-director executivo disse que «nessa altura incluia-se também o clube para onde o jogador ia.»

Sobre a existência de despesas sem documentação: «Acredito que isso aconteça com alguma facilidade». Álvaro Braga Júnior referiu que está convencido de que houve uma contrapartida financeira na saída de Ovchinnikov.

A primeira testemunha da defesa a ser apresentada foi Glenn Cooper, banqueiro que trabalhou no Benfica por uma empresa de nome Altium. A sua função era realizar um estudo para a transformação do clube em SAD. O inglês esteve também durante algum tempo no clube como administrador da sociedade anónima e fez o prospecto para entregar na Comissão de Mercado de valores mobiliários (CMVM).

«Lembro-me de que Vale e Azevedo me disse que tinha emprestado cerca de cinco milhões de euros ao clube e António Leitão estava presente», referiu Glenn Cooper, acrescentando que apenas sabia o que o ex-presidente encarnado lhe disse e que desconhecia de que contas vinham os valores. Quanto a David Fordham, a grande personagem mistério do processo, Cooper disse conhecer «o nome, mas não a pessoa».

«Fiz um plano de negócios que incluia patrocinadores e modelos financeiros», disse Glenn Cooper, explicando que a linha de orientação era criar uma empresa e dar transparência à contabilidade, que estava um caos aquando da sua chegada. O plano era de longa duração, cerca de cinco anos.

Para realizar o prospecto, Glenn Cooper disse ter contactado várias áreas do clube, mas que não tinha um profundo conhecimento de nenhuma delas porque «não era precisa uma análise de pormenor a todas as áreas». O banqueiro referiu que não teve de verificar quaisquer contas, mas que teve «acesso a outros documentos que eram registos de despesas».

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