Belize admite tornar-se uma república

CNN Portugal , MCP
4 mai 2023, 16:59
Johnny Briceno (AP)

Há quem esteja em preparos para acolher e oficializar o novo rei (é coroado este sábado) e há quem se prepare para se despedir dele. A ex-colónia britânica pode ser o próximo Estado a deixar o reino da Commonwealth

As feridas não cicatrizaram bem e, para alguns, o colonialismo ainda perdura. Por esta razão é que não caiu bem ao primeiro-ministro de Belize, Johnny Briceño, a recusa de Rishi Sunak em se desculpar pelo papel da Grã-Bretanha no comércio transatlântico de escravos.

A crítica recai sobre uma resposta recente de Sunak, cujos pais são descendentes de índios Punjabi, no parlamento a afirmar que não se desculparia pelo papel da Grã-Bretanha na escravidão e no colonialismo. Depois de uma pergunta relacionada com o tema feita pela deputada trabalhista Bell Ribeiro-Addy, o primeiro-ministro britânico disse: “Não. O que eu acho é que o nosso foco agora deve ser fazer entender a nossa história e todas as suas partes, não fugir dela, mas agora garantir que tenhamos uma sociedade inclusiva e tolerante com pessoas de todas as origens”.

Ao Guardian, Briceño mostra reprovação por esta posição e aponta o dever do governo britânico de se responsabilizar moralmente e de se desculpar pelas atrocidades da escravidão. Apela aubda a reparações financeiras por parte do Reino Unido.

No ano passado, o governo de Belize aprovou um projeto de lei para criar uma comissão constitucional, que se reuniu em novembro. A comissão, que inclui representantes de muitos grupos civis bem como dos dois principais partidos políticos de Belize, tenciona considerar um leque de questões reformistas, incluindo a possibilidade de se tornar uma república.

Há apoio bipartidário para esse movimento e Belize é agora o único país caribenho dentro do reino da Commonwealth onde a coroa pode ser removida com uma votação parlamentar em vez de um referendo.

Embora Briceño tenha dito que submeterá as amplas recomendações da comissão a um referendo, não descartou a remoção da coroa como chefe de Estado por meio parlamentar após o relatório da comissão.

Questionado sobre se acreditava que Belize poderia ser o próximo Estado a deixar o reino da Commonwealth após a saída de Barbados em 2021, Briceño respondeu: “Acho que a chance é bastante alta. É bem provável”, confirma.

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