O Estado português obteve esta quarta-feira um financiamento de 651 milhões de euros numa emissão de Obrigações do Tesouro a nove anos, tendo contratualizado uma taxa de juro de 3,23%, um valor que compara com uma taxa de 2,33% quando foi ao mercado em junho, naquela que foi a última emissão comparável à realizada na emissão de hoje.
Numa outra emissão, também realizada esta quarta-feira, o Estado obteve 349 milhões de euros por um prazo de três anos e contratualizou uma taxa de juro de 2,081%, acima dos 1,77% da última emissão comparável que tinha sido realizada em setembro, embora para um prazo de quatro anos.
"A subida que temos assistido nas yields nacionais são um reflexo do movimento global que se verifica no mercado de dívida", salienta Filipe Silva do banco Carregosa, relembrando que os bancos centrais têm estado a subir as suas taxas de juro de referência numa tentativa de abrandar a inflação e que esses movimentos deverão prosseguir.
Para o mesmo especialista, são estas subidas das taxas de juro que estão a levar "a um ajuste nas yields de toda a dívida soberana".
Filipe Silva sublinha, no entanto, que "apesar da subida do custo do serviço da dívida e com o impacto que o mesmo tem na economia nacional, o spread da mesma versus a Alemanha tem-se mantido estável".
A totalidade da dívida pública emitida pelo Estado português tinha, no final do ano passado, uma taxa de juro média de 1,9%. Já a dívida emitida apenas no ano passado tinha uma taxa de juro média de 0,6% e a dívida emitida este ano já tinha uma taxa de juro média de 1,3%.
