Caixa Geral de Depósitos com luz verde do BCE para reembolso antecipado de 500 milhões

Agência Lusa , BMA
1 fev 2022, 08:20
Caixa Geral de Depósitos

Informação sobre reembolso foi também divulgada pela Comissão de Mercados de Valores Mobiliários

O Banco Central Europeu autorizou a Caixa Geral de Depósitos ao reembolso antecipado da emissão de fundos próprios adicionais de nível 1, no valor de 500 milhões de euros, que permitirá “importantes poupanças anuais em juros”, foi esta terça-feira divulgado.

Em comunicado, o banco público explicou que recebeu do Banco Central Europeu (BCE) a autorização para avançar com a recompra da emissão de fundos próprios adicionais de nível 1 (AT1 - Additional Tier 1), no montante de 500 milhões de euros.

A informação sobre este reembolso foi também, esta manhã, divulgada pela Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM).

A emissão destes títulos, em 2017, foi condição prevista no acordo entre o Estado português e a Comissão Europeia no âmbito do Plano de Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Esta operação vai permitir importantes poupanças anuais em juros à CGD”, pode ler-se no comunicado da CGD.

A CGD detalhou que a taxa de juro de 10,75% associada à dívida AT1 correspondeu a um custo anual de 53,75 milhões de euros para a CGD o que representou, no conjunto dos cinco anos, um total de 268,75 milhões de euros.

Segundo o banco público, a “aprovação do reembolso antecipado destes títulos de dívida no dia 30 de março resulta da avaliação positiva feita pelo BCE à solidez financeira da CGD, reflexo da conclusão com sucesso de um difícil e exigente plano de reestruturação”.

“Com a amortização dos títulos AT1 emitidos em março de 2017, o rácio CET 1 da CGD permanece em 18,20% e o rácio total em 19,65%, cumprindo-se com ampla margem o requisito regulamentar de 13,50%”, referiu ainda.

Para o presidente executivo do banco público, Paulo Macedo, esta aprovação pelo BCE “assinala o sucesso alcançado pela CGD na implementação de um exigente plano de reestruturação e só foi possível pela capacidade de geração de capital orgânico e pela rentabilidade da instituição”.

“Só uma Caixa sustentável e com uma rentabilidade reconhecida pelo mercado evitará voltar a incorrer em custos desta magnitude. Após o reembolso antecipado, a realizar em breve, a CGD manter-se-á como um banco capitalizado, preparado para os desafios futuros, ao mesmo tempo que conseguirá poupanças significativas com juros que permitirão prosseguir a missão de devolver a ajuda dos portugueses”, salientou o líder da CGD, citado na nota de imprensa.

Em 14 de setembro de 2021, a CGD anunciou que tinha realizado uma emissão de dívida sénior preferencial no valor de 500 milhões de euros, com a procura a superar em três vezes o valor colocado, e com a taxa de cupão mais baixa de sempre.

“Caixa Geral de Depósitos, S.A. [CGD] realizou hoje [14 de setembro de 2021] uma emissão de dívida sénior preferencial (senior preferred), no montante de 500 milhões de euros, com o prazo de seis anos, colocada nos mercados internacionais e emitida com um cupão de 0,375%, o que constitui o cupão mais baixo alguma vez conseguido pela Caixa em emissões no mercado de capitais”, tinha anunciado o banco público em comunicado.

Economia

Mais Economia

Patrocinados