Grupo Wagner anuncia saída de Bakhmut (e ironiza com a retirada): "Ficam dois homens, caso os militares russos precisem de ajuda para defender as posições"

CNN Portugal , AM com Lusa
25 mai 2023, 12:56
Yevgeny Prigozhin (Associated Press)

Mercenários vão ser rendidos pelos militares russos que se encontram nos arredores da cidade. Autoridades ucranianas continuam a insistir que têm bolsas de resistência em Bakhmut e nos seus arredores

O líder do grupo Wagner afirmou, esta quinta-feira, que as suas forças começaram a retirar-se de Bakhmut. Yevgeny Prigozhin tinha anunciado no sábado que a cidade de Bakhmut tinha sido capturada, após uma longa e sangrenta batalha.

No mesmo dia, Prigozhin anunciou que os seus combatentes iriam retirar-se e ser substituídos pelas tropas regulares russas.

No vídeo divulgado esta quinta-feira no Telegram, é possível ver-se Prigozhin a congratular os mercenários que ao longo dos últimos meses combateram em Bakhmut e a afirmar que a retirada das forças estará finalizada na próxima semana.

"Estamos a retirar com muito cuidado. Até 1 de junho, a parte principal será transferida para os campos da retaguarda. Transferimos as posições para os militares. As munições, as posições, tudo, incluindo as rações secas", disse Prigozhin para a câmara que o gravava.

Os mercenários do grupo Wagner vão ser rendidos por militares russos que se encontram nos arredores da cidade de Bakhmut, local onde desde quinta-feira estão também combatentes da Wagner, de acordo com Hanna Mailar, vice-ministra da Defesa da Ucrânia.

Em tom irónico, o líder dos mercenários diz ainda que "deixa ficar dois homens da Wagner", caso os "militares (russos) precisem de ajuda para defender as posições". 

"Antes do dia 1 de junho vamos reunir-nos, vamos descansar e preparar-nos. Depois receberemos outra missão", informou Prigozhin que aparece nas imagens junto a um carro de combate. 

Na quarta-feira, Prigozhin reconheceu que o grupo Wagner perdeu 10 mil reclusos que se encontravam no sistema prisional russo e que foram contratados para combaterem em território ucraniano. 

De acordo com Mailar, as forças russas estão a tentar travar os ganhos obtidos nos flancos pelas tropas ucranianas na última semana com bombardeamentos de artilharia. Isto porque, apesar de o grupo Wagner ter reclamado a conquista da cidade, as autoridades ucranianas insistem que continuam a existir bolsas de resistência na cidade e nos seus arredores.

Numa entrevista recente ao ideólogo oficial de Moscovo Konstantin Dolgov, Yevgeny Prigozhin admitiu ter contratado um total de 50 mil homens que se encontravam em estabelecimentos prisionais russos. Anteriormente, Prigozhin disse que tinham morrido 15 a 16 mil homens (mercenários do grupo Wagner) na campanha de Bakhmut. O líder da Wagner estimou ainda que entre 50 mil a 70 mil efetivos das forças ucranianas morreram na batalha.

Já os Estados Unidos dizem que a Rússia perdeu cerca de 100 mil combatentes em Bakhmut. A situação sobre a batalha no leste da Ucrânia ainda não foi verificada por fontes independentes. 

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