Jornal americano diz que líder do grupo Wagner tentou oferecer à Ucrânia localização das tropas russas

15 mai 2023, 18:30
Yevgeniy Prigozhin (Photo by Mikhail Svetlov/Getty Images)

 

 

Prigozhin nega e diz que a notícia é resultado de uma campanha de difamação

Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, ter-se-á oferecido à Ucrânia para revelar a localização das tropas russas. A oferta terá sido feita em janeiro, altura em que o grupo mercenário sofria duras perdas em Bakhmut, e Prigozhin terá oferecido a informação em troca da retirada dos militares ucranianos da região, avança o jornal norte-americano Washington Post que cita uma fuga de informação dos serviços secretos dos Estados Unidos.

Prigozhin já reagiu e disse tratar-se de uma mentira, no entanto o Washington Post mantém a sua versão.

De acordo com os documentos a que o jornal teve acesso através da plataforma Discord, Prigozhin terá feito a proposta aos seus contactos na direção dos serviços secretos militares da Ucrânia, com os quais manteve comunicações secretas durante a guerra, uma oferta que pode ser vista pelo presidente russo como traição.

Apesar de não ser claro quais as posições russas que o chefe do grupo Wagner se ofereceu para revelar em troca da retirada ucraniana, dois funcionários ucranianos confirmaram ao jornal que Prigozhin falou várias vezes com os serviços secretos ucranianos e que fez a oferta sobre Bakhmut mais do que uma vez. No entanto, Kiev não aceitou a proposta por não confiar no chefe do grupo mercenário. Dúvidas que também existem do lado americano.

Na reação à notícia do Washington Post, Yevgeny Prigozhin considera que a mesma é resultado de uma campanha de difamação. Num áudio no Telegram, citado pelo Moscow Time, o líder dos mercenários diz que "é claro" que vai ser "acusado de tudo o que puderem", mas que a notícia é "ridícula".

"É claro que é bom ler isto. Significa que não estou apenas a lutar pela Rússia, mas que Zelensky também está a cumprir as minhas ordens. Isto é ridículo", argumenta Prigozhin.

Segundo o chefe do grupo Wagner, serão "pessoas de Rublyovka" - um subúrbio de Moscovo onde vive a elite russa - que estarão por trás das alegações de que é alvo.

"É claro que me vão acusar de tudo o que puderem", aponta.

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