Aumentos salariais em Portugal serão mais baixos em 2024, estima WTW

ECO - Parceiro CNN Portugal , Joana Nabais Ferreira
25 jul 2023, 15:29
Dinheiro (Pexels)

Aumento médio no próximo ano deverá ser de 3,9%, estimam as empresas nacionais. Inflação é o principal fator que influencia as alterações nos orçamentos, conclui o mais recente estudo da WTW

Os orçamentos salariais dos trabalhadores portugueses deverão diminuir no próximo ano, após um pico de aumento em 2023. Os empregadores de Portugal estão a orçamentar um aumento médio de 3,9% em 2024, abaixo do aumento médio de 4,2% em 2023, conclui o mais recente “Salary Budget Planning”, da WTW. A pressão inflacionista é o principal fator que influencia as alterações nos orçamentos.

“Embora estejamos a assistir a aumentos salariais mais baixos previstos para o próximo ano, estes continuam a ser muito superiores aos registados nos últimos dez anos. Isto mostra que as empresas estão a esforçar-se por se manterem competitivas num clima de trabalho dinâmico”, comenta Sandra Bento, associate director da WTW Portugal.

“As empresas que têm uma estratégia de compensação clara, bem como uma boa compreensão dos fatores que a afetam, terão mais sucesso em atrair e reter funcionários, mantendo o ritmo de um ambiente em evolução no qual as certezas de ontem já não se aplicam”, acrescenta a responsável, em comunicado.

No topo dos fatores que influenciam as alterações nos orçamentos salariais está a pressão inflacionista (71,3%), seguida das preocupações com um mercado de trabalho mais restrito (46,7%). Outros fatores que levam a alterações nos orçamentos salariais incluem a previsão de recessão ou de resultados financeiros mais fracos (22,2%), preocupações relacionadas com a gestão de custos (19,2%) e as expectativas dos trabalhadores (18%).

Empresas tomam medidas perante dificuldade de atrair talento

Atrair e reter trabalhadores continua a causar dificuldades a quase metade (40%) dos empregadores, e 33% preveem as mesmas dificuldades no próximo ano.

Em resposta a estas pressões contínuas, as organizações estão a tomar medidas para atrair e reter pessoas. Um terço (30%) aumentou os salários iniciais e pouco mais de um terço (32%) iniciou uma revisão completa da remuneração de todos os trabalhadores. Outras medidas tomadas incluem salários base mais elevados para todos os trabalhadores (29%), contratação de pessoas em escalões salariais relevantes (25%), aumentos de salário base direcionados (26%) e maior utilização de prémios de retenção (22%).

Também estão em curso ações não monetárias para atrair e reter talentos. Mais de metade (57%) dos inquiridos introduziu mais flexibilidade no local de trabalho. A mesma percentagem (57%) alargou a sua ênfase nas políticas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), enquanto 35% dos inquiridos tomaram medidas para melhorar a experiência dos seus empregados, 27% alteraram os benefícios de saúde e bem-estar, 22% modificaram os programas de compensação e 21% aumentaram as oportunidades de formação.

É preciso mais do que uma compensação para atrair e manter grandes talentos, e os últimos anos têm pressionado as empresas a serem mais engenhosas. À medida que as forças de trabalho se tornam mais diversificadas, exigentes e dinâmicas, a chave é compreender as suas necessidades e preferências específicas e, ao mesmo tempo, proporcionar a experiência e as carreiras desejadas aos colaboradores dentro da empresa.

Sandra Bento
Associate director da WTW Portugal

“É preciso mais do que uma compensação para atrair e manter grandes talentos, e os últimos anos têm pressionado as empresas a serem mais engenhosas. À medida que as forças de trabalho se tornam mais diversificadas, exigentes e dinâmicas, a chave é compreender as suas necessidades e preferências específicas e, ao mesmo tempo, proporcionar a experiência e as carreiras desejadas aos colaboradores dentro da empresa”, sublinha Sandra Bento.

O relatório “Salary Budget Planning” é compilado pela divisão de Reward Data Intelligence da WTW. A investigação foi realizada em abril e maio de 2023, e foram recebidos aproximadamente 33.000 conjuntos de respostas de empresas de 150 países em todo o mundo. Em Portugal, responderam 396 organizações.

 

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