Todos a baterem contra a parede mais dura do ano

13 nov 2015, 10:08

O grande torneio de final de época começa no domingo. Novak Djokovic é o grande favorito a colocar este ano entre os melhores de sempre há história do ténis

Novak Djokovic já está a cumprir «a época com mais sucesso» da sua carreira. Ainda nesta sexta-feira o tenista sérvio o afirmou após o sorteio do ATP Finals que vai começar no domingo em Londres.

Será a melhor temporada de Djokovic e passará a constar também entre as melhores de sempre do ténis de certeza; uma certeza que, porém, é difícil de conseguir de forma absoluta no que a todas respeita dados os parâmetros habitualmente envolvidos.

Neste ano de 2015, o tenista de 28 anos já ganhou dez troféus e é o maior favorito a vencer o grande torneio de final de época. Se tal acontecer ficará com 11 vitórias – o seu máximo num ano – e elevará a percentagem de vitórias na época para 94,3% resultante de 83 triunfos e 5 derrotas (está com 78-5) – em 2011 tinha registado 70-6 (92,1%).

Agora, a junção destes parâmetros (e outros) é o que torna mais difícil julgar a melhor época de sempre
. Roger Federer tem como a sua melhor época o ano de 2006 – em que, como Djokovic neste ano, ganhou três torneios do Grand Slam – e teve um registo entre vitórias e derrotas de 92-5 (com 94,8% de sucesso). E ganhou 12 torneios num ano.

Mas, aqui, envolvendo a importância dos torneios, por exemplo, as certezas ficam mais subjetivas, pois nem todos os outros que não «majors» são de igual importância. O tenista suíço ganhou em 2006 apenas
quatro Masters 1000 a que juntou o ATP Finals, além dos três torneios 250 e de um 500.

Ainda antes da era Masters, já Jimmy Connors em 1974 tinha ganho três «majors» com uma percentagem de vitórias no ano de 95,8, ou John McEnroe tinha ganho dois torneios do Grand Slam e o de final de época com uma impressionante percentagem triunfante de 96,4% em 1984. Em 1969 – segundo ano da era Open –, o australiano Rod Laver fez o Grand Slam ganhando Austrália, Roland Garros, Wimbledon e EUA no mesmo ano: com 86,9% resultantes de um registo de 106-16.

A importância dos torneios disputados faz-nos regressar a este ano inigualável de Novak Djokovic porque o sérvio nos dez torneios que venceu até agora tem três «majors», seis Masters 1000 (este, sim, já um recorde) e apenas
um 500. É um registo impressionante e que justifica o claro favoritismo desta parede
praticamente inultrapassável nesta época e contra a qual todos já bateram muitas bolas sem efeito.

Houve alguns dos sete que já a ultrapassaram este ano: Andy Murray, Stan Wawrinka e Roger Federer (duas vezes). E, juntando a exceção de Ivo Karlovic nos quartos de final em Doha àquelas quatro finais, encontramos as cinco derrotas de Nole neste ano de 2015.

Veja-se o registo em 2015 de vitórias e finais perdidas dos oitos participantes no ATP Finals:

Novak Djokovic


Torneios ganhos

Austrália GS (A. Murray)
Indian Wells 1000 (R. Federer)
Miami 1000 (A. Murray)
Monte Carlo 1000 (T. Berdych)
Roma 1000 (R. Federer)
Wimbledon GS (R. Federer)
EUA GS (R. Federer)
Pequim 500 (R. Nadal)
Xangai 1000 (J. Tsonga)
Paris 1000 (A. Murray)

Finais perdidas

Dubai 500 (R. Federer)
Roland Garros GS (S. Wawrinka)
Montreal 1000 (A. Murray)
Cincinnati 1000 (R. Federer)

Andy Murray


Torneios ganhos

Munique 250 (P. Kohlschreiber)
Madrid 1000 (R. Nadal)
Londres 500 (K. Anderson)
Montreal 1000 (N. Djokovic)

Finais perdidas

Austrália GS (N. Djokovic)
Miami 1000 (N. Djokovic)
Paris (N. Djokovic)

Roger Federer


Torneios ganhos

Brisbane 250 (M. Raonic)
Dubai 500 (N. Djokovic)
Istambul 250 (P. Cuevas)
Halle 500 (A. Seppi)
Cincinnati 1000 (N. Djokovic)
Basileia 500 (R. Nadal)

Finais perdidas

Indian Wells 1000 (N. Djokovic)
Roma 1000 (N. Djokovic)
Wimbledon GS (N. Djokovic)
EUA GS (N. Djokovic)

Stan Wawrinka


Torneios ganhos

Chennai 250 (A. Bedene)
Roterdão 500 (T. Berdych)
Roland Garros GS (N. Djokovic)
Tóquio 500 (B. Paire)

Rafa Nadal


Torneios ganhos

Buenos Aires 250 (J. Mónaco)
Estugarda 250 (V. Troicki)
Hamburgo 500 (F. Fognini)

Finais perdidas

Madrid 1000 (A. Murray)
Pequim 500 (N. Djokovic)
Basileia 500 (R. Federer)

Tomas Berdych


Torneios ganhos

Shenzhen 250 (G. García-López)
Estocolmo 250 (J. Sock)

Finais perdidas

Doha 250 (D. Ferrer)
Roterdão 500 (S. Wawrinka)
Monte Carlo 1000 (N. Djokovic)

David Ferrer


Torneios ganhos

Doha 250 (T. Berdych)
Rio de Janeiro 500 (F. Fognini)
Acapulco 500 (K. Nishikori)
Kuala Lumpur 250 (F. López)
Viena 500 (Johnson)

Key Nishikori


Torneios ganhos

Memphis 250 (K. Anderson)
Barcelona 500 (P. Andujar)
Washington 500 (J. Isner)

Finais perdidas

Acapulco 250 (D. Ferrer)

Continuando a comparação atual entre Djokovic e os outros
, o sérvio tem um confortável registo nesta época frente a todos: 6-1 contra Murray; 4-2 contra Federer; 3-1 contra Wawrinka; 3-0 contra Nadal, Berdych e Ferrer; e 1-0 contra Nishikori – a nível de confrontos totais de carreira, o sérvio já só perde para Nadal (22-23), está igualado com Federer (a 21); com os restantes é arrasador.

Como grandes atrativos ao lado do favoritismo de Djokovic em Londres está a vontade de Rafa Nadal ganhar um troféu que nunca ganhou; ou se Federer consegue ganhar o sétimo Masters
de final de ano mantendo Nole longe
, com quatro; ou se Murray consegue vingar-se da pesada derrota há poucos dias em Paris...

Por falar no Masters 1000 da capital francesa, Djokovic não perde um encontro em Hardcourt Indoor
desde que aí foi eliminado... em 2011.

Assim ficaram distribuídos os grupos na Round Robin do ATP Finals:

Grupo Stan Smith:

(1) Novak Djokovic
(3) Roger Federer
(6) Tomas Berdych
(8) Key Nishikori

Grupo Ilie Nastase

(2) Andy Murray
(4) Stan Wawrinka
(5) Rafa Nadal
(7) David Ferrer

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