Porque é que os combustíveis desceram menos do que se esperava? A explicação da associação de empresas petrolíferas

3 mai 2022, 12:34

Secretário-geral da Apetro diz que houve devalorização do euro face ao dólar, bem como uma subida das cotações internacionais do petróleo, que tiveram impacto no preço dos combustíveis, apesar da descida do imposto sobre os produtos petrolíferos que entrou em vigor na segunda-feira

António Manuel Comprido, secretário-geral da Apetro, a associação que representa as principais empresas petrolíferas a operarem no mercado português, garante que não há aproveitamento nem aumento das margens das gasolineiras, comentando a descida dos preços dos combustíveis que, apesar da descida do imposto sobre os produtos petrolíferos, foi inferior à que era esperada na segunda-feira.

"Temos de ter em conta a variação dos produtos nos mercados internacionais", destaca o responsável. "Houve uma subida de 3,4 cêntimos na gasolina e 2,9 cêntimos no gasóleo, mercê não só do aumento das cotações mas também da desvalorização do euro em relação ao dólar. Somando o efeito dos dois componentes mais importantes do preço, o imposto e a cotação do produto, e afetando o IVA, que é importante ter em conta, teríamos previsivelmente o impacto destes dois factores em menos 11,3 cêntimos na gasolina em menos 10,6 cêntimos no gasóleo", explica António Manuel Comprido, acrescentando que esta foi a razão pela qual os combustíveis não desceram o valor expectável de 14 cêntimos para esta semana. 

"Não há aproveitamento nem aumento das margens das comercializadoras, é uma insinuação injusta e, mais do que injusta, é falsa", acrescenta o dirigente. 

Questionado sobre o comentário do primeiro-ministro, que incentivou os portugueses a olharem para as faturas quando vão atestar o carro e garantiu que a ASAE vai fiscalizar o setor, António Manuel Comprido não se alongou: "Acho estranho que o Governo trate dessa maneira um setor económico com a importância que o nosso tem, é o único comentário", afirmou. 

Para o dirigente da Apetro, as contas das gasolineiras estão "perfeitamente explicadas", porque quando o Governo anuncia uma descida no ISP "há que contar com o efeito contrário do aumento da cotação dos produtos nos mercados internacionais", esclarece. 

"Se não tivesse havido qualquer alteração das cotações internacionais, a redução seria da ordem de grandeza da que foi indicada pelo Governo, se fosse apenas o ISP a variar. Só que, como todas as semanas, há um ajuste dos preços com a cotação média da semana anterior", refere, sublinhando que se verificou na semana passada "uma tendência de subida que foi exacerbada pela desvalorização do euro em relação ao dólar na ordem dos três cêntimos". 

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