Costa diz estar "rouco" para ter "voz na oposição" mas não está rouco para recomendar a Montenegro que siga "a trajetória"

CNN Portugal , ARC
21 mar, 16:18

O ainda primeiro-ministro espera que o novo Governo não altere a imagem que Portugal construiu nos últimos oito anos no seio do Conselho Europeu

António Costa garante que não vai ter "voz ativa na oposição" e deseja “os maiores sucessos” ao Governo de Luís Montenegro. O primeiro-ministro demissionário mostra-se ainda "otimista" e confiante de que o seu sucessor vai dar continuidade à trajetória do Governo PS.

“Se eu vou ter uma voz ativa na oposição? Não, ainda por cima estou rouco”, ironizou à chegada daquele que é o último Conselho Europeu em que participa enquanto primeiro-ministro português. Depois da ironia, Costa reforçou: “Não vou ter, não desejo ter nenhuma voz ativa”.

E ao novo Governo só deseja coisas boas. “O que eu tenho a desejar ao novo Governo, e já o pude dizer pessoalmente ao doutor Luís Montenegro, é os maiores sucessos. Acho que é isso que é bom para Portugal, que é bom para os portugueses, portanto, é aquilo que eu desejo. As maiores felicidades ao novo Governo.”

Questionado sobre o risco de alteração da imagem que construiu de Portugal no seio do Conselho Europeu nos últimos oito anos, o ainda primeiro-ministro respondeu assim. “Eu sou um otimista e acho que Portugal tem todas as condições para seguir esta trajetória.”

“Nós fizemos uma reforma de fundo naquilo que é a estabilidade do nosso quadro orçamental e das nossas finanças públicas, da nossa economia e o novo Governo seguirá seguramente políticas diferentes, mas não há nenhuma razão para antecipar qualquer risco desde que, obviamente, as coisas sejam bem geridas”, concluiu.

António Costa despede-se esta quinta-feira do Conselho Europeu, com uma reunião marcada pelo conflito no Médio Oriente e com espaço ainda para a guerra na Ucrânia. “Foram anos onde aprendi muito. Uma das coisas mais enriquecedoras da vida para mim foi a política e a participação no Conselho Europeu - é poder aprender bem e compreender a riqueza do que é a diversidade da Europa, de como, seja a geografia ou a história, moldaram a cultura de cada um e isso ajuda-nos muito a saber ouvir os outros e a compreender, para ultrapassar divergências.”

Se vai ter saudades? “Eu detesto ter saudades, é um sentimento que eu não gosto de ter. Acho que a vida se faz com o futuro, não propriamente com o passado”, afirmou, não escondendo, contudo, a “satisfação” que sente por ter chegado a este momento e “ninguém ter dúvidas” sobre a estabilidade do país, “depois de no final de 2015 muita gente ter estado desconfiada” com o que “ia acontecer a Portugal”.

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