Round 2, fight: as primeiras decisões ao virar da esquina

15 jun 2016, 10:03
Euro 2016: França entra a ganhar (Lusa)

França e Suíça muito perto de garantir já o apuramento, sendo que a Rússia também pode deixar tudo encaminhado. Arranca esta quarta a segunda jornada do Euro

O nervosismo da estreia já lá vai, há ideias para confirmar e outras para corrigir. Esta quarta-feira arranca a segunda jornada da fase de grupos do Europeu e, sobretudo no grupo A, as primeiras decisões podem já ser conhecidas. 

França e Suíça estão a uma vitória do apuramento para os oitavos de final, o que, a acontecer, deixa Roménia e Albânia em maus lençóis, embora não definitivamente eliminadas porque, como se sabe, neste Europeu há vaga na próxima fase para os quatro melhores terceiros classificados. 

Antes das decisões do grupo A, porém, entrarão em campo Rússia e Eslováquia, que não venceram na ronda inaugural mas trazem sensações diferentes para o duelo. Afinal, convenhamos, não é exatamente a mesma coisa empatar com Inglaterra ou ou perder com o País de Gales....

Rússia-Eslováquia, 14h

Grupo B

Estádio Pierre Mauroy, em Lille

Árbitro: Damir Skomina (Eslovénia)

O que esperar?

A Rússia surpreendeu, a Eslováquia desiludiu. Falamos da estreia no Europeu, claro está. Nenhum dos resultados conseguidos (empate com Inglaterra e derrota frente ao País de Gales) entra na gaveta das grandes surpresas do futebol ou da história do Euro, mas em ambos os casos, não era o resultado mais esperado.

Comecemos pela Rússia. Salvou um ponto sobre a meta frente a Inglaterra, que já abria o champanhe. O feito, chegado pela cabeça de Vasiliy Berezutski, um dos mais experientes da equipa, quase passou despercebido por tudo o que tem acontecido fora de campo envolvendo os adeptos russos.

Esta terça-feira, a UEFA suspendeu a seleção russa da prova, com pena suspensa. Dito de outra forma: mais uma e vão para casa. Sendo o país que vai organizar o próximo campeonato do mundo de futebol, não deixa de ser uma ameaça séria.

Falando de futebol, depois de ter ganho um ponto frente aos ingleses, um triunfo sobre a Eslováquia deixa o apuramento praticamente selado, pois quatro pontos devem chegar para ser, no mínimo, um dos melhores terceiros.

Do lado eslovaco é ganhar ou ganhar. Adiar para o jogo com Inglaterra a crucial vitória que pode garantir o apuramento nesta fase é brincar com o fogo. E depois da estreia em falso, frente a Gales, os homens de Jan Kozak têm de dar a volta à situação.

Fazer-se notar pelo que joga e não pelos adeptos: a missão da Rússia

EM FOCO

Roman Neustadter (Rússia)

Face à ausência de Denisov, habitual titular no miolo russo, Leonid Slutsky apostou em Neustadter para o lugar e o jogador do Schalke 04 correspondeu em bom estilo frente a Inglaterra. Trata-se de um jogador de 28 anos, que recentemente se naturalizou russo.

A sua linha de descendência é uma mescla de vários países. Se não vejamos: tem, portanto, nacionalidade russa e alemã, mas nasceu na Ucrânia, em Dniprovetsk. É filho de um antigo jogador, Peter Neustadter, que tem nacionalidade alemã e cazaque mas nasceu na cidade de Kara-Balta que fica…no Quirguistão.

Deve voltar a fazer dupla no miolo com Golovin, embora também seja de admitir a entrada de Roman Shirokov do onze, para dar mais criatividade ao jogo da equipa.

Marek Hamsik (Eslováquia)

Não deu o suficiente ao jogo eslovaco frente a Gales, mesmo tendo desenhado uma jogada fantástica que por muito pouco não terminou em golo (a bola passou o guarda-redes, mas Ben Davies fez o corte em cima da linha), logo no início do encontro.

Num jogo vital para as esperanças de apuramento da Eslováquia, pede-se mais à estrela da companhia. O objetivo eslovaco é fazer, no mínimo, o que conseguiu na única fase final em que tinha participado antes desta, no Mundial 2010: passar a fase de grupos.

Um Hamsik em grande já dava uma boa ajuda.

Equipas prováveis

ESLOVÁQUIA

RÚSSIA

Roménia-Suíça, 17h

Grupo A

Parque dos Príncipes, em Paris

Árbitro: Sergei Karasev (Rússia)

O que esperar?

Um jogo com cheirinho a Estados Unidos. A última vez que Roménia e Suíça se encontraram foi há 22 anos, também numa fase final, mas de um Mundial. Em Detroit, os helvéticos assinaram uma das mais brilhantes páginas da sua história ao golear a Roménia por 4-1. Na altura também foi na segunda jornada, mas a situação das equipas era diferente: os romenos tinham ganho à Colômbia a abrir e a Suíça empatado com os EUA. No final, seguiram ambos em frente.

O cenário (apuramento para os dois) pode repetir-se, até porque, tal como no EUA 94, agora a possibilidade de três equipas do grupo seguirem em frente é real. Ainda assim, para a Roménia o embate é bem mais importante, depois da derrota tangencial (mas que vale os mesmos zero pontos das demais) frente a França na abertura.

A seleção de Anghel Iordanescu, que já era o selecionado romeno no tal jogo de 1994, não foi o bombo da festa que muitos esperavam no jogo inaugural. Vendeu bem cara a derrota e aguçou a curiosidade para o que aí vem.

A Suíça, por seu turno, mesmo vencendo a Albânia, não teve vida fácil e, mesmo tendo jogado contra 10 durante a maior parte do tempo não foi além da vantagem mínima, que até poderia ter fugido, dado o número de oportunidades que os albaneses construíram.

A Roménia precisa pontuar para sonhar com o apuramento

EM FOCO

Nicolae Stanciu (Roménia)

Foi o melhor jogador da Roménia no jogo de abertura, fazendo a Europa do futebol abrir os olhos de espanto para este médio de 23 anos do Steaua Bucareste. A exibição foi tão boa que até o compararam a…Hagi.

Stanciu não achou grande piada. «Está a falar de um jogador histórico da seleção», alertou.

Numa geração onde o talento não abunda, Stanciu faz a diferença. Veja-se o que escreveu Luís Mateus, enviado-especial do Maisfutebol ao Euro 2016, depois do jogo de abertura: «Delicioso o passe com o pé esquerdo, que isolou Stancu para a primeira grande oportunidade da segunda parte, logo no regresso dos vestiários. Só a assistência merecia mais acerto. A sua insistência acabaria por ganhar um penálti, cometido por Evra, e que deu novo empate à Roménia. Mas que não valeu pontos.»

Xerdan Shaqiri (Suíça)

Aos 24 anos é, claramente, a maior estrela suíça. Não teve o brilho que todos esperam dos líderes frente à Albânia e, por isso, o jogo com a Roménia reveste capital importância para a sua própria afirmação neste torneio.

Afinal de contas, deixou boa imagem no último Mundial, por exemplo, embora as últimas temporadas, desde que assinou pelo Bayern Munique, tenham sido de altos e baixos.

De qualquer forma, o lugar de criativo da equipa está para ele reservado frente aos romenos, que deverão ter atenção especial ao jogador do Stoke City, que, tal como vários outros internacionais suíços nasceu no Kosovo.

Na qualificação apontou quatro golos em nove jogos. Falta agora mostrar-se no Europeu. Talvez seja já esta quarta-feira.

Equipas prováveis

Roménia

Suíça

França-Albânia, 20h

Grupo A

Estádio Velódrome, em Marselha

Árbitro: William Colllum (Escócia)

O que esperar?

Em teoria, o jogo mais fácil para a França na fase de grupos. A Albânia, pese a boa imagem deixada frente à Suíça, já era a equipa mais frágil deste agrupamento, e uma das mais frágeis do Euro, e ainda está privada do capitão Lorik Cana, expulso frente à Suíça.

Depois de uma sofrida vitória a abrir, os franceses querem carrilar de vez no Europeu que organizam e, para isso, esperam que as estrelas Pogba e Griezmann estejam bem diferentes, para melhor, do embate com os romenos.

De facto, o apagão da dupla foi o assunto mais comentado após o jogo de Saint-Dennis, quase ofuscando o brilho de Payet, o homem que decidiu o jogo e saltou para a ribalta. A pressão aumenta, por isso, para Pogba e Griezmann. Novo falhanço começará a preocupar, seriamente, os franceses, seja qual for o resultado.

Quanto à Albânia, tudo o que não seja uma derrota será motivo de festa. Será duro, claro, mas para quem está pela primeira vez num Europeu, o que não é?

Desta vez haverá Pogba para a França?

EM FOCO

Dimitri Payet (França)

Eleito o melhor em campo no jogo de abertura, mais não fosse pelo golaço que deu a vitória a França, Payet vai entrar em campo com um holofote bem maior sobre si do que aquele que tinha no pontapé de saída do Euro.

Há pouco mais de 10 anos trabalhava numa loja de roupa enquanto as portas do profissionalismo não se abriam. Construiu a carreira a pulso, vem de uma época muito boa no West Ham e, aos 29 anos, ainda vai a tempo de uma mudança para uma equipa com outras ambições.

Sobretudo se der continuidade ao que mostrou em Paris, na última sexta. Há, ainda, o talento especial para marcar livres diretos que pode ser posto à prova já esta quarta-feira.

Etrit Berisha (Albânia)

Mesmo tendo conseguido redimir-se com três ou quatro boas intervenções no resto do jogo, é impossível não ligar o resultado da Albânia frente à Suíça à forma disparatada como saiu dos postes no canto que acabou no único golo do encontro.

A verdade é que, pese todo o esforço feito, não deu para corrigir aquela grave falha logo aos 5 minutos de um jogo que ficou, ali, decidido.

Agora há mais 90 minutos para escrever uma nova história e o adversário está longe de ser o ideal. Mas as fases finais de grandes competições estão repletas de proezas inesperadas. Terá Berisha arte e engenho para construir a sua e esquecer o erro da ronda inaugural?

Equipas prováveis

França

Albânia

Mais Lidas

Patrocinados