Cavaco lembra que avisou para crise política e eleições antecipadas em maio. Agora, Portugal precisa de "uma nova mudança"

25 nov 2023, 21:39

Antigo Presidente da República voltou a marcar presença num Congresso do PSD, algo que não fazia desde 1995. Justificação: “não estava em causa a escolha dos dirigentes”

O ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva defendeu esta sábado que Portugal “precisa de uma nova mudança” e recordou que avisou para o cenário de crise política em maio passado.

Declarações feitas à saída do 41º Congresso do PSD, a que Cavaco Silva foi porque “não estava em causa a escolha dos dirigentes do partido”, justificou. Desde 1995 que o antigo presidente do PSD não participava num congresso do partido.

Estou convencido que Portugal precisa de uma nova mudança, que traga uma nova esperança aos portugueses. Sem essa mudança, por aquilo que tenho estudado, pelo muito que tenho pensado sobre o assunto, será impossível melhorar as condições de vidas das populações e impedir que os nossos jovens mais qualificados fujam para o estrangeiro”, afirmou.

Cavaco Silva lembrou mesmo que, em maio passado, alertou para a possibilidade de o primeiro-ministro apresentar a demissão e de serem convocadas eleições antecipadas. Nesse mês, o país discutia a intervenção das secretas para a recuperação do computador de um ex-assessor e um episódio de violência no ministério das Infraestruturas. À altura, o ministro João Galamba chegou a apresentar a demissão, mas acabou segurado por António Costa.

“Há cerca de seis meses, em maio passado, eu de alguma forma antecipei a situação a que o país ia chegar. Falei mesmo então, há seis meses, na possibilidade de o primeiro-ministro apresentar a demissão e de serem convocadas eleições antecipadas”, rematou.

Para Cavaco Silva, a situação do país é “extremamente complicada”. Contudo, confia na “sabedoria dos portugueses” para a escolha que será necessária fazer a 10 de março. Sobre o ânimo sentido neste Congresso do PSD e o cenário de coligações pré-eleitorais, não quis tecer comentários.

“Não vim aqui para fazer comentários partidários. Vim para ouvir o presidente do PSD”, reagiu. Noutra tentativa, disse mesmo que a mulher estava à “espera para jantar”.

No seu discurso de encerramento, Luís Montenegro deixou uma palavra de agradecimento a Cavaco Silva, que apareceu de surpresa neste encontro partidário, gerando euforia entre os participantes.

Montenegro considerou o antigo primeiro-ministro e Presidente o “responsável pelo maior e mais profundo legado de desenvolvimento que Portugal conheceu no pós-25 de Abril” e “grande inspiração para aquilo que vamos fazer em Portugal nos próximos anos”.

“Vamos estar à altura do seu legado nos próximos anos em Portugal”, prometeu.

Relacionados

Partidos

Mais Partidos

Mais Lidas

Patrocinados