VERÃO CNN || Durante o mês de agosto, todas as segundas, quartas e sextas-feiras, publicamos dicas para ajudar nas suas férias
A rotina repete-se todos os dias após uma ida à praia ou à piscina: depois do banho, há que espalhar pelo corpo um creme, preferencialmente refrescante e que ajude a combater o calor que se sente no corpo. Os aftersun assumem aqui um papel de protagonistas, mas ficam já os avisos: não são a cura para um escaldão, nem tão pouco a forma mais eficaz de tratar a pele demasiado queimada pelo sol. São, no entanto, a opção mais indicada para quem procura devolver frescura e vitalidade à pele depois de um dia de sol e mergulhos. (Ainda assim, não precisa de ir a correr comprar um).
“O aftersun é especificamente formulado para ajudar a pele a hidratar, acalmar e reparar após a exposição solar, apresentando vantagens comparativamente ao creme hidratante comum”, começa por explicar a dermatologista Helena Toda Brito, que diz que “na ausência de um produto aftersun é preferível aplicar um creme hidratante comum a não aplicar qualquer produto, mas havendo opção, aconselho o aftersun”.
E entre as vantagens está a capacidade de “devolver o conteúdo de água da pele e retê-la por mais tempo”, diz Marta Ferreira, farmacêutica, doutoranda em Tecnologia Farmacêutica e com uma pós-graduação em Cosmetologia Avançada, embora adiante que o mesmo acontece com os “restantes hidratantes”. Mas há ligeiras diferenças que fazem destes produtos pós-exposição solar ideais: podem “fornecer-lhe também ingredientes que atenuam a inflamação cutânea, proporcionam conforto e frescura” e há também opções que “evidenciam o tom bronzeado”, sem que tal comprometa o cuidado da pele.
Segundo Helena Toda Brito, dermatologista na BeClinique e no Hospital Lusíadas, as principais diferenças entre um aftersun e um hidratante corporal “estão na sua textura fluída”, conseguida “com elevado conteúdo em água, para refrescar e hidratar a pele sem formar uma barreira sobre a mesma”, assim como na “composição rica em ingredientes com ação anti-inflamatória e antioxidante”, este último “para combater os radicais livres que se formam após a exposição solar”.
Nos dias de férias ou nos fins de semana passados na praia e na piscina, os aftersun acabam por ser a melhor opção, uma vez que se destacam pela capacidade de “atenuar a inflamação e desconforto da pele”, sobretudo se na sua composição tiverem “ingredientes como o bisabolol, alantoína, pantenol, niacinamida, extratos camomila, e ácido glicirretínico”, diz a farmacêutica, também autora do blogue A Pele Que Habito.
Os ingredientes destes cosméticos, são, na verdade, a sua mais-valia e aquilo que os diferencia dos cremes de corpo hidratantes que são usados ao longo do ano, que, por exemplo, não ‘oferecem’ frescura à pele. “Para proporcionar uma ação refrescante, estes produtos contêm geralmente álcool (em pequenas concentrações), mentol e derivados, cânfora ou extratos de hortelã-pimenta e eucalipto”, continua Marta Ferreira, explicando o que as pessoas podem procurar na lista de ingredientes destes cosméticos, e adianta-se que já há no mercado “alguns pós-solares que contêm também antioxidantes como a vitamina E, vitamina C, extrato de chá verde ou vitamina A”.
E quem pretende “embelezar o bronzeado” - que se consegue na mesma com uma exposição solar adequada e protegida -, “pode procurar pós-solares com péptidos, autobronzeadores (eritrulose e dihidroxiacetona), nácares e pigmentos alaranjados”.
Os aftersun destacam-se, assim, pela capacidade de cuidar da pele após a exposição solar - pois “pode ficar mais seca, irritada, vermelha e desconfortável”, como diz Marta Ferreira -, mas se o creme hidratante de corpo que já aplica todo o ano conseguir satisfazer as “necessidades individuais, provavelmente não há motivo para usar um pós-solar”, como pode ser o caso de quem não se expõe muito ao sol ou não sente que a pele esteja mais seca e desidratada, não há necessidade de mudar de cosmético.