Ucrânia diz estar preparada para ataque russo à central nuclear de Zaporizhzhia: "Estamos a treinar há vários dias"

CNN , Olga Voitovych e Lindsay Isaac
5 jul 2023, 12:30
Central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, controlada pela Rússia, a 29 de março. Alexander Ermochenko/Reuters

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o Kremlin de ter colocado explosivos no telhado da central de Zaporizhzhia, uma afirmação baseada em informações militares

As autoridades ucranianas afirmaram que estão preparadas para um eventual ataque russo à central nuclear de Zaporizhzhia, tendo Kiev alertado para a possibilidade de uma provocação do Kremlin.

A vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, advertiu que Moscovo é capaz de "ações completamente imprudentes" que poderiam passar por sabotagem por parte da Ucrânia. Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que existe uma "grande ameaça de sabotagem por parte de Kiev" na central, o que poderá ter "consequências catastróficas".

"A fim de minimizar as potenciais consequências negativas, os serviços de emergência estão a treinar há vários dias em quatro regiões ucranianas - Dnipropetrovsk, Zaporizhzhia, Kherson e Mykolaiv - para ultrapassar as consequências de um possível ataque terrorista à central nuclear", revelou Maliar nesta quarta-feira.

A Rússia poderia atacar a central, avisou, para virar a guerra a seu favor e "atingir os seus objetivos militares", acrescentou.  

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o Kremlin de ter colocado explosivos no topo da central de Zaporizhzhia, uma afirmação baseada em informações militares. 

Os níveis de radiação estão, neste momento, "dentro dos limites normais" e na zona de 30 quilómetros em torno das centrais elétricas afetadas e nas áreas em redor de Chernobyl estão "dentro dos valores médios mensais", de acordo com o Ministério do Interior ucraniano.

Entretanto, as autoridades ucranianas em Nikopol, no sul da Ucrânia, disseram que a central de Zaporizhzhia, ocupada pelos russos, está a funcionar normalmente e que não houve "movimentos significativos de pessoal ou de equipamento dos ocupantes". 

O oficial militar local Yurii Malashko fez eco das palavras de Maliar e disse que, apesar de as forças russas serem "imprevisíveis", as forças especiais ucranianas estão prontas para qualquer desenvolvimento perigoso e "verificaram o equipamento necessário e elaboraram planos de resposta".  

A empresa estatal ucraniana de energia Energoatom adiantou que o nível da água no tanque de arrefecimento está "estável e sob controlo", apesar do ataque russo à barragem de Kakhovka, que fornece água para o arrefecimento da central, ter provocado grandes inundações na região vizinha de Kherson. 

Os funcionários russos instalados em Zaporizhzhia rejeitaram as preocupações manifestadas pelas autoridades ucranianas, afirmando que "tudo está normal" e que a central está operacional. 

*Anna Chernova, Radina Gigova e Svitlana Vlasova contribuíram para este artigo

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