O YouTube está a lançar a opção de os criadores revelarem quando os seus vídeos contêm conteúdo gerado por IA. A divulgação será exigida para conteúdos artificiais de aspeto realista.
Os criadores do YouTube têm, agora, de assinalar quando os vídeos de aspeto realista foram feitos com recurso a inteligência artificial, parte de um esforço mais amplo da empresa para ser transparente em relação a conteúdos que, de outra forma, poderiam confundir ou induzir em erro os utilizadores.
Quando um utilizador carrega um vídeo para o site, verá uma lista de verificação que lhe pergunta se o seu conteúdo faz com que uma pessoa real diga ou faça algo que não fez, se altera imagens de um local ou evento real ou se apresenta uma cena de aspeto realista que não ocorreu na realidade.
A revelação destina-se a ajudar a evitar que os utilizadores sejam confundidos por conteúdos artificiais, no meio de uma proliferação de novas ferramentas de IA geradoras, viradas para o consumidor, que tornam rápido e fácil criar texto, imagens, vídeo e áudio apelativos, que muitas vezes podem ser difíceis de distinguir dos reais. Os especialistas em segurança online alertaram para o facto de a proliferação de conteúdos gerados por IA poder confundir e induzir em erro os utilizadores em toda a Internet, especialmente antes das eleições nos Estados Unidos e noutros locais em 2024.
Os criadores do YouTube serão obrigados a identificar quando os seus vídeos contêm conteúdo gerado por IA ou manipulado de outra forma que pareça realista - para que o YouTube possa anexar um rótulo para os espectadores - e podem enfrentar consequências se repetidamente não adicionarem a informação.
A plataforma anunciou que a atualização seria lançada no outono, como parte de um lançamento mais alargado de novas políticas de inteligência artificial.
Quando um criador do YouTube informar que o seu vídeo contém conteúdo gerado por IA, o YouTube adicionará uma etiqueta na descrição indicando que o vídeo contém "conteúdo alterado ou artificial" e que o "som ou imagens foram significativamente editados ou gerados digitalmente". No caso de vídeos sobre temas "sensíveis" como a política, a etiqueta será colocada de forma mais visível no ecrã do vídeo.
O conteúdo criado com as ferramentas de IA generativa do YouTube, que foram lançadas em setembro, também será rotulado de forma clara, disse a empresa no ano passado.
O YouTube apenas exigirá aos criadores que identifiquem conteúdos realistas gerados por inteligência artificial que possam confundir os espectadores, levando-os a pensar que são reais.
Os criadores não serão obrigados a divulgar quando o conteúdo artificial ou gerado por IA for claramente irrealista ou "inconsequente", como animações geradas por inteligência artificial ou ajustes de iluminação ou cor. A plataforma diz que também não exigirá que os criadores "divulguem se a IA generativa foi usada para produtividade, como gerar scripts, ideias de conteúdo ou legendas automáticas".
Os criadores que consistentemente não usarem o novo rótulo em conteúdo artificial que deve ser divulgado podem enfrentar penalidades como remoção de conteúdo ou suspensão do Programa de Parceiros do YouTube, no qual os criadores podem monetizar seu conteúdo.
