A nova vida de Nandinho em Guimarães

21 nov 2000, 21:00

Mudança técnica fez com que voltasse a sonhar Os dias felizes podem voltar para Nandinho. Depois de meses a treinar à parte, a entrada de Álvaro Magalhães deu-lhe uma nova esperança. O sucessor de Paulo Autuori decidiu reintegrá-lo e tudo aponta para que venha a ser inscrito em Dezembro. O médio-ofensivo falou sobre os últimos meses e ainda sobre o litígio com o Benfica

Uma mudança... para melhor. Nandinho beneficiou com a alteração operada no comando técnico do Vitória de Guimarães. Paulo Autuori não contava com ele, Álvaro Magalhães pode vir a contar. Pelo menos, decidiu, mal assumiu a pasta, reintegrar o médio-ofensivo nos trabalhos do plantel. Na mesma situação de Nandinho estão Costa e Rubem. Os três voltam a estar num pé de igualdade em relação aos colegas e têm agora algumas semanas para convencer o treinador vimaranense a dar ordens de inscrição.  

Em conversa com o Maisfutebol, Nandinho não escondeu a sua satisfação com a boa nova: «Fiquei muito contente quando soube que iria ser reintegrado nos trabalhos. É uma óptima oportunidade para mostrar que tenho capacidades. Vou fazer os possíveis para justificar a inscrição em Dezembro». 

Os meses de trabalho à parte conferem-lhe algum atraso. Nandinho acredita que esse problema será ultrapassado: «Claro que não tenho o ritmo competitivo que desejava. Tenho-me treinado quase sozinho, apenas na companhia de mais dois colegas. Não é a mesma coisa que trabalhar com o resto do plantel, não é possível trabalhar a finalização por exemplo, porque não há guarda-redes. A nível físico, não posso dizer que esteja mal. Mas só a competição poderá dar-me o ritmo desejado». 

«O que lá vai lá vai» 

Nandinho tem acompanhado, de fora, a (má) campanha do Vitória neste início de época. E não quer alongar-se em considerações em relação ao que tem visto. Compreensivelmente... «Não me fica bem comentar o trabalho dos meus colegas. O que posso dizer é que quando as coisas correm mal, tudo parece ser mais difícil. A pressão aumenta e nada sai bem. Mas acredito que podemos dar a volta por cima». 

O passado é o passado. Esta parece ser a principal ideia que Nandinho quer transmitir, de modo a demonstrar confiança no futuro mais próximo: «Fico contente por saber que o novo treinador aposta em mim. O anterior parece que não contava comigo, mas não vou criticá-lo por isso. O que lá vai lá vai. Ainda não deu para falar muito com o Álvaro Magalhães, mas o facto de ter decidido reintegrar-me nos trabalhos já é bom sinal». 

Os olhares estão concentrados no futuro, mas Nandinho ainda não esqueceu o que passou nos últimos meses. E recorda que a história poderia ter sido diferente: «Claro que não me agradava a minha situação. Estou no Guimarães e quero jogar. Cheguei a pensar em sair, houve algumas hipóteses, mas nenhuma chegou a concretizar-se. O estrangeiro chegou a ser uma das possibilidades, mas agora tudo isso ficou para trás porque quero ter sucesso em Guimarães». 

O impasse que viveu (e ainda vive) em Guimarães decorre, em grande parte, do litígio que encetou com o Benfica, clube ao qual ainda está vinculado. Nandinho faz questão de frisar que não vai abdicar do que tem direito, mas a eleição de Manuel Vilarinho fez com que voltasse a admitir uma solução extra-judicial: «Com a nova Direcção, voltou a ser possível chegar a um acordo. Com a anterior, nem sequer queria conversas, mas com um novo presidente, o cenário muda. Quando o Benfica foi a Guimarães, não cheguei a conseguir falar com o senhor Manuel Vilarinho, mas falei com alguns elementos ligados à nova Direcção, que me mostraram alguma abertura para o diálogo. Seja como for, o tribunal já ordenou a penhora de bens do clube, para garantir os pagamentos em atraso. Gostava de resolver isto a bem, mas se não for possível, os tribunais já me deram razão».

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