Padre e religiosas de Famalicão condenados a penas entre os 12 e os 17 anos de prisão

1 jul 2022, 12:00


 

Centro social condenado a multa de 400 mil euros

Um padre, de 89 anos, e três responsáveis de uma “associação de fiéis” de Requião, em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, acusados de escravizarem jovens raparigas durante 30 anos, foram condenados a penas entre os 12 e os 17 anos de prisão, segundo o acórdão no Tribunal de Guimarães.

O padre foi condenado a 15 anos, enquanto as três mulheres foram condenadas a penas entre os 12 e os 17 anos de prisão. Por sua vez, o centro social foi condenado a uma multa de 400 mil euros.

A leitura do acórdão estave inicialmente agendada para dia 22, mas foi adiada para esta sexta-feira depois de a juíza presidente ter comunicado uma alteração não substancial de factos, não tendo a defesa dos arguidos prescindido do prazo para se pronunciar.

Segundo a acusação, os quatro arguidos, o padre fundador e três religiosas, angariavam jovens para executarem as tarefas diárias na conservação e manutenção das instalações, e continuação da atividade da ‘Fraternidade Missionária de Cristo Jovem’, “sem qualquer contrapartida e mediante a implementação de um clima de terror”.

“Os arguidos tinham como alvo jovens de raízes humildes, com poucas qualificações ou emocionalmente fragilizadas e com pretensões a integrarem uma comunidade espiritual de raiz católica, piedosas e tementes a Deus”, sustentou o MP.

A acusação indica que, “pelo menos”, de 5 de dezembro de 1985 até ao início de 2015, os arguidos sujeitaram as jovens, diariamente, a várias agressões físicas, injúrias, pressões psicológicas, tratamentos humilhantes, castigos e trabalhos pesados. Escassez de alimentação, negação de cuidados médicos e medicamentosos e restrição da liberdade são outros dos factos imputados aos arguidos.

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