ONU: mais de dez mil civis ucranianos foram mortos ou feridos durante a guerra

17 jun 2022, 04:35
Corpos de vítimas nas ruas de Karkhiv (Pavel Dorogoy/AP Photo)

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados já confirmou a morte de 4.481 civis ucranianos, dos quais quase 300 são crianças e jovens. Mas os números reais serão bastante mais elevados - em regiões sob maior pressão russa, como Donetsk ou Lugansk, é difícil recolher e confirmar informação

Desde o primeiro momento da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, até à meia-noite do dia 15 de junho, o gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) confirmou mais de dez mil vítimas entre os civis ucranianos - um valor que soma civis mortos e feridos.

Segundo o relatório divulgado esta noite, a ONU confirmou 10.046 baixas de civis no país, das quais 4.481 mortos e 5.565 feridos.

Os dados divulgados pelo ACNUR referem-se apenas a casos confirmados oficialmente pela agência da ONU - mas o próprio relatório chama a atenção de que a dificuldade no acesso a alguns locais - nomeadamente aqueles onde os combates têm sido mais violentos, como continua a ser o caso de Mariupol - faz com que a contabilização de vítimas seja inferior ao seu número efetivo. Por outro lado, tanto em localidades controladas pela Rússia ou por separatistas pró-russos, como em locais retomados pelos ucranianos, a verdadeira dimensão das perdas humanas só ao fim de algum tempo consegue ser apurada.

Daí a ressalva: o ACNUR "acredita que os números reais são consideravelmente mais elevados, uma vez que a receção de
informação de alguns locais onde se têm verificado hostilidades intensas é demorada, e muitos relatórios estão ainda pendentes de corroboração". É o caso de várias localidades nas regiões de Donetsk, Lugansk e Kharkiv, "onde há acusações de numerosas baixas civis".

Apesar destas dificuldades, e mesmo tratando-se de valores abaixo da realidade, os números impressionam: já morreram pelo menos 119 raparigas, 125 rapazes e 40 crianças. Entre os adultos, 1.739 homens e 1.159 mulheres perderam a vida. A estes números há que somar 1.299 adultos cujo sexo é ainda desconhecido.

Os 5.565 feridos correspondem a 1.133 homens, 788 mulheres, 125 raparigas, 164 rapazes, e 173 crianças. Há ainda 3.182 adultos nos registos do ACNUR cujo sexo é desconhecido).

Sem surpresa, o maior número de vítimas civis foi documentado nas regiões de Donetsk e Lugansk - ou seja, no Donbass, onde a Rússia concentrou as suas forças e ataques. Nestas duas regiões administrativas estão confirmadas 5.714 vítimas, das quais 2.611 mortos e
3,103 feridos.

O mais recente relatório do ACNUR indica ainda que "a maioria das baixas civis registadas foi causada pelo uso de armas explosivas com
uma vasta área de impacto, incluindo o bombardeamento de artilharia pesada e foguetes de lançamento múltiplo, e ataques aéreos e de mísseis".

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