Sobreviver à guerra dentro dos abrigos: os bebés continuam a nascer e há desenhos animados a passar debaixo de terra

26 fev 2022, 11:41

Em tempo de guerra, o ser humano adapta-se. O amor e a união transformam-se em forma de resistência.

No metro de Kiev deixaram de passar carruagens. Os túneis funcionam agora apenas como abrigos, onde as histórias de milhares de ucranianos se cruzam.

Mia começou aqui a sua vida. Nasceu no metro de Kiev, onde a mãe, de 23 anos, procurou proteção perante a invasão russa.

Mas este não é o único local onde a vida resiste em tempo de guerra. Em Dnipro, os bebés de uma unidade de cuidados intensivos neonatais foram transferidos para um abrigo antiaéreo.

Histórias que vão surpreendo quem com elas se cruza, como Nolan Peterson, jornalista de guerra atualmente na Ucrânia. “No abrigo, ontem à noite e hoje de manhã, cantam-se os parabéns, as crianças brincam, alguns ouvem o hino nacional ucraniano e veem as atualizações de Zelenskyy [presidente ucraniano] nos seus telemóveis”, escreveu no Twitter.

Seja no metro ou em abrigos improvisados, a música tem servido de companhia, para contrariar a incerteza. Em conjunto, há vozes que fazem ecoar o hino ucraniano. Como neste momento, em Cherkasy.

O tempo custa a passar. E, para que as crianças estejam entretidas, montam-se cinemas improvisados. Na estação Palats Ukraina, passaram desenhos animados.

O amor transforma-se na principal arma para resistir. Têm-se multiplicado as fotografias de casais abraçados. E, no metro de Kiev, agora transformado em abrigo, a jornalista Erin McLaughlin capturou este momento entre irmãs.

Mas manter a família junta significa também trazer os animais de estimação. E passar-lhes calma. Mesmo que o país que sempre conheceram esteja a ser atacado.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Mais Lidas

Patrocinados