Mercado: grandes Ligas gastam muito e Portugal vai logo atrás

14 fev 2020, 09:35
Bruno Fernandes

Clubes das chamadas «Big 5» foram responsáveis por três quartos do investimento em janeiro. Portugal foi o sexto país europeu mais gastador. Contas da FIFA

Bruno Fernandes, a transferência mais cara de janeiro com a mudança do Sporting para o Manchester United, faz capa do relatório em que a FIFA resume o mercado de inverno 2020 e que mostra como a Inglaterra continua a liderar os gastos, ano após ano. E dá conta de um dado novo, a Alemanha a abrir os cordões à bolsa como nunca antes tinha feito. O documento faz o balanço das transferências internacionais nos cinco principais campeonatos em janeiro e reforça a evidência que é o domínio crescente dos grandes clubes. As chamadas «Big 5» assumiram quase três quartos do total de gastos neste mês. Portugal foi o sexto país europeu mais gastador.

O inverno de 2020 voltou a fazer subir o investimento e é o segundo mais gastador de sempre desde que a FIFA introduziu o TMS, o sistema digital que formaliza as transferências internacionais. Fica apenas atrás do recorde de 2018. Os dados apresentados são em dólares, um total de 824.6 milhões gastos, cerca de 756 milhões de euros, sempre apenas tendo em conta as «Big 5». Este valor representa 71.8 por cento de todo o dinheiro gasto no mundo neste período, embora envolvendo apenas 14.1 por cento de todas as 4.108 transferências internacionais.

Inglaterra lidera, com 273 milhões de euros, atrás apenas dos 459 milhões que gastou em 2018. O segundo da lista é a Alemanha, com 189 milhões de euros, quase o dobro do anterior máximo, os 108 milhões de 2017. A seguir vem a Itália, que tinha atingido o valor máximo há um ano, 138 milhões, e agora ficou-se pelos 115 milhões em 2020. Espanha, com 108 milhões, subiu ligeiramente em relação a 2019, mas ainda assim com investimento bem mais moderado dos que os 342 milhões de 2018. A França ficou-se pelos 68 milhões, também longe do recorde de 167 que alcançou em 2017.

Portugal, o principal gastador abaixo das «Big 5»

O relatório acrescenta alguns dados extra e é aí que surge a informação de que Portugal surge na oitava posição absoluta entre os países mais gastadores, a seguir a México (54,5 milhões de euros) e Brasil (53.5). Os clubes portugueses despenderam cerca de 30 milhões de euros. Um aumento, diz a FIFA, de 141.9 por cento em relação a janeiro do ano passado. O top 10 fica completo com a Bélgica, que investiu cerca de 25 milhões e a Holanda (13 milhões).

Quanto a lucros, o relatório da FIFA para o inverno de 2020 não tem dados relativos a Portugal. Mas em 2019 a Liga portuguesa foi a recordista de ganhos, com um saldo de 384 milhões de euros positivos, e 2020 parece encaminhar-se para repetir a tendência. Tal como no verão, com João Félix, foi de Portugal que saiu o jogador mais valioso do mercado de inverno: Bruno Fernandes, que trocou o Sporting pelo Manchester United num negócio de 55 milhões de euros, mais objetivos.

Entre as «Big 5», a Alemanha foi quem mais ganhou em janeiro: 101.1 dólares, equivalente a 92.7 milhões de euros. Ainda assim, o saldo é negativo, tal como para todos os outros grandes campeonatos.

No meio dos milhões gastos, há uma tendência interessante, o aumento progressivo das contratações de jogadores livres, ou por empréstimo. Dos 580 jogadores que chegaram às cinco grandes Ligas, só um quarto envolveu uma verba pela transferência, valor que diminui pelo terceiro ano seguido.

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