"Big four" despedem lá fora, mas reforçam equipas em Portugal

ECO - Parceiro CNN Portugal , Isabel Patrício
21 jan, 12:00
eco

Maiores consultoras fecharam o ano de 2023 a anunciar despedimentos no Reino Unido e nos Estados Unidos, mas garantem que não têm planos semelhantes para Portugal. Estão abertas a contratar em 2024

Depois de um boom de contratações durante a pandemia, as maiores consultoras do mundo fecharam o ano de 2023 a anunciar demissões. Com a economia a abrandar, a procura a falhar as expectativas e os juros a manterem-se em níveis elevados, a Deloitte, a EY, a KMPG e a PWC sinalizaram a saída de centenas de trabalhadores. Mas em Portugal garantem que não têm planos nesse sentido. Ao ECO, as chamadas big four revelam que estão mesmo abertas a fazer contratações ao longo deste ano.

“As notícias [de saída de profissionais] refletem a realidade dos respetivos mercados, do Reino Unido e dos Estados Unidos, e não uma tendência global“, assegura fonte oficial da EY Portugal, em declarações enviadas ao ECO.

Em dezembro, o inglês Financial Times noticiou que a EY estaria a preparar a eliminação de 150 empregos no Reino Unido, numa altura em que o mercado estava a desacelerar. E nos Estados Unidos, o The Wall Street Journal avançou que “dezenas de partners” estariam de saída, de modo a cortar custos e a fazer face o abrandamento da procura.

Mas o ramo português da EY parece estar a escapar (e até a contrariar) a essa tendência. “Em Portugal, a EY está a expandir a equipa, atendendo às suas necessidades de adequar a sua capacidade de resposta para satisfazer a procura e necessidades dos seus clientes e projetos, em curso e futuros”, declara fonte oficial.

A comprovar a diferença entre o cenário português e o americano e britânico estão as contratações recentes: no início de janeiro, entraram 80 novos profissionais na EY Portugal. “E as perspetiva, ao longo do presente ano, são as de continuar a apostar na atração de talento“, antecipa fonte oficial.

Noutra das big four, a PwC, a dicotomia repete-se. Em novembro, a Reuters anunciou que esta consultora estava a planear cortar cerca de 600 postos de trabalho no Reino Unido, uma vez que, nomeadamente, o negócio estava a crescer abaixo das expectativas.

Em contraste, em Portugal 2023 foi sinónimo da contratação de 800 profissionais, dos quais “perto de 300 recém-licenciados”, indica fonte oficial ao ECO. “A PwC em Portugal não tem qualquer plano de despedimentos em vista, muito pelo contrário“, realça a consultora.

E acrescenta: “Para além das áreas de auditoria, fiscalidade e consultoria de gestão, o mercado reconhece a PwC como um player cada vez mais relevante e líder nas áreas de cibersegurança, ESG, SAP, Salesforce, Microsoft e deals, sendo uma das empresas mais atrativas e a primeira escolha dos melhores talentos“.

KPMG quer manter “tradição” de 500 contratações anuais

No mesmo sentido das consultoras já referidas, a KPMG adianta ao ECO que em 2024 pretende manter a “tradição” de recrutar cerca de 500 pessoas por ano. “Nos últimos anos, temos vindo a recrutar anualmente cerca de 500 pessoas e contamos poder continuar a fazê-lo”, afirma fonte oficial.

Já no Reino Unido, segundo noticiou a Reuters no último trimestre de 2023, estavam a ser preparadas as saídas de cerca de 100 profissionais. E no verão tinham sido anunciados cortes nos empregos no ramo dos Estados Unidos.

Apesar desse contexto internacional, a KPMG Portugal garante, então, que “mantém a sua estratégia consolidada de crescer em faturação e no número de colaboradores“.

“Acreditamos no talento dos nossos jovens e temos vindo a investir cada vez mais na sua formação e capacitação, seja através de parcerias com várias instituições de ensino superior, seja no âmbito da nossa estratégia de descentralização, que nos levou a inaugurar recentemente o nosso hub tecnológico de Évora, que aposta no talento da região, em conjunto com o PACT e com a Universidade de Évora”, detalha fonte oficial da KPMG.

Quanto à Deloitte, o Financial Times avançou em setembro que havia planos para cortar cerca de 800 empregos no Reino Unido. Em Portugal, não há, contudo, planos nesse sentido, sabe o ECO, havendo mesmo abertura para fazer contratações ao longo deste ano.

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