Banco Central Europeu seguiu as pisadas da Fed e do Banco de Inglaterra e decidiu não mexer nas taxas de juro diretoras pela segunda vez consecutiva, após dez subidas consecutivas
O Banco Central Europeu (BCE) manteve inalteradas as taxas diretoras pela segunda vez consecutiva, após dez subidas consecutivas num valor global de 450 pontos base desde julho de 2022, e depois de tanto a Reserva Federal norte-americana (Fed) como o Banco de Inglaterra não terem mexido nas suas taxas de juro.
Com esta decisão, a taxa da facilidade permanente de depósito mantém-se nos 4%, a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez nos 4,75% e a taxa das operações principais de refinanciamento mantém-se nos 4,5%.
Taxas de juro na Zona Euro
Ao manter inalteradas as taxas diretoras no espaço da moeda única, o BCE mantém a taxa de juro de depósitos no valor mais elevado da sua história e as restantes taxas de juro em níveis máximos desde 2008.
A sustentar a decisão do BCE está o forte abrandamento da inflação da Zona Euro, que só nos últimos meses caiu para metade. Os últimos dados do Eurostat apontam para uma taxa de inflação homóloga de 2,4% em novembro, o nível mais baixo desde julho de 2021.
No entanto, o BCE alerta para que “embora a inflação tenha descido nos últimos meses, é provável que volte a subir temporariamente no curto prazo”, não deixando de referir que, segundo “as projeções macroeconómicas mais recentes para a área do euro elaboradas por especialistas do Eurosistema, a inflação deverá descer gradualmente durante o próximo ano, aproximando‑se depois do objetivo, estabelecido pelo Conselho do BCE, de 2% em 2025.”
Apesar de também a inflação subjacente ter novamente abrandado, o Comité de Política Monetária do BCE revela que “as pressões internas sobre os preços permanecem elevadas, devido sobretudo ao forte crescimento dos custos unitários do trabalho.”
A instituição liderada por Christine Lagarde considera também que os anteriores dez aumentos das taxas de juro continuam a ser “transmitidos de forma vigorosa à economia”, salientando que “as condições de financiamento mais restritivas estão a refrear a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação.”
Apesar de um aperto no curto prazo, o BCE antecipa que a economia do espaço do euro deverá recuperar, “devido à subida dos rendimentos reais – com as pessoas a beneficiarem da descida da inflação e do aumento dos salários – e à melhoria da procura externa.”
O BCE destaca que os os especialistas do Eurosistema projetam um aumento do crescimento médio da Zona Euro 0,6% em 2023 para 0,8% em 2024 e 1,5% em 2025 e 2026.