Objetivo fundamental do Governo é "atrair o maior número de propostas" para a TAP

Agência Lusa , CF (atualizada às 18:00)
9 fev 2023, 17:43
António Costa Silva (António Pedro Santos/Lusa)

António Costa Silva respondeu ainda às críticas de André Ventura, acusando-o de "incompetência em relação a gestão e a processos de transação de empresas"

O ministro da Economia e do Mar defendeu esta quinta-feira que o objetivo do Governo é “atrair o maior número de propostas” para a privatização da TAP para realizar “um negócio que seja em benefício dos destinos do país”.

No debate sobre política setorial que decorre esta tarde no parlamento, António Costa Silva respondeu às críticas do deputado do Chega André Ventura, que acusou o ministro de “incompetência quando diz que admite vantagens da compra da TAP pela Iberia”.

“O senhor deputado é que incompetente completamente em relação a gestão e a processos de transação de empresas. Quando estamos em processo de transação de empresas o objetivo fundamental é atrair o maior número de propostas e quando eu fiz essa declaração, que foi em Espanha, precisamos de uma proposta da Iberia, da Lufthansa, precisamos de outras companhias, porque o maior número de propostas torna o processo competitivo e isto é fundamental para realizarmos um negócio que seja em beneficio dos destinos do país”, respondeu.

Deixando claro que “a escolha será do senhor primeiro-ministro e o Governo”, o ministro considerou que nessa escolha do comprador da companhia aérea “vai pesar tudo”.

“Agora o que temos nesta fase é que atrair o maior número de propostas”, insistiu.

"Eu particularmente penso que não é uma boa solução a Iberia"

O ministro da Economia e do Mar considerou que a Iberia "não é uma boa solução" para a privatização da TAP, mas defendeu que se o "processo for competitivo" e com muitos interessados haverá "uma saída mais benéfica".

No debate sobre política setorial que decorre no parlamento, a entrevista ao jornal espanhol Eleconomista.es que António Costa Silva deu em janeiro voltou a entrar na discussão, desta vez pela deputada do BE Mariana Mortágua, que considerou que "não se compreende que dois ministros do Governo, o senhor ministro da Economia e o senhor ministro Fernando Medina, vão a Espanha, com a bandeira espanhola atrás, comunicar à imprensa espanhola que seria positivo que a Iberia comprasse a TAP".

"Eu particularmente penso que não é uma boa solução a Iberia", admitiu António Costa Silva, apontando que se houver "uma proposta da Iberia, como da Lufthansa, como de outras companhias, e o processo for competitivo, muito provavelmente poderá haver uma saída mais benéfica para todo este dossiê".

Tal como tinha respondido anteriormente ao Chega, o ministro da Economia e do Mar insistiu que o Governo está a "tentar atrair o máximo de interessados na TAP para que o dinheiro público que foi investido, de certa maneira seja recuperado, ou pelo menos parte desse dinheiro".

"O processo de privatização foi o Governo que decidiu e anunciou, ele está em curso, e compete-me a mim, quando estou nos vários países, atrair o maior número de interessados para a nossa companhia aérea", realçou, deixando claro que este dossiê não é da sua tutela.

Mariana Mortágua afirmou na sua pergunta que "ninguém aceita esta posição porque o Estado português injetou 3,2 mil milhões de euros na TAP" e avisou que "no dia em que a TAP for vendida a uma companhia espanhola o ‘hub’ de Lisboa desaparece e portanto desaparece o interesse estratégico da TAP".

Na referida entrevista ao órgão espanhol, Costa Silva admitiu vantagens numa eventual compra da TAP pelo grupo que detém a companhia aérea Iberia, por causa das ligações com Madrid e o impulso que poderiam dar ao turismo.

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